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Polícia de Londres proíbe protestos do Extinction Rebellion

15 de outubro de 2019

Decisão ocorre após uma semana de manifestações que resultaram em mais de 1,4 mil detidos. Apesar da proibição, movimento ambientalista afirma que seguirá com atos e protesta em frente a Departamento de Transportes.

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Manifestante do Extinction Rebellion é detida em Londres, em 7 de outubro
Manifestante do Extinction Rebellion é detida em Londres, em 7 de outubroFoto: picture-alliance/PA Wire/V. Jones

Depois de uma semana intensa de protestos, que resultaram na prisão de mais de 1,4 mil ativistas, a Polícia Metropolitana de Londres proibiu na noite desta segunda-feira (14/10) todas as manifestações do movimento ambientalista Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção). As autoridades também ordenaram a desocupação do acampamento do grupo na Trafalgar Square, no centro da cidade.

Logo após emitir a ordem, policiais foram enviados para a Trafalgar Square para desocupar a área. "Os manifestantes foram notificados e receberam a oportunidade de se retirar. Qualquer pessoa que não cumpra essa condição é passível de prisão e processo", afirmou o vice-comissário assistente da Polícia Metropolitana de Londres, Laurence Taylor, em comunicado.

Quando a ordem foi emitida, a maioria dos ativistas do Extinction Rebellion que estão acampados na Trafalgar Square já havia se mudado para o acampamento no Jardim Vauxhall Pleasure.

Em comunicado, o movimento informou que deixaria a região, mas que "a rebelião internacional continua". "A emergência climática e ecológica não vai desaparecer, e nós continuamos decididos a enfrentá-la", destacou o grupo.

Antes da proibição, a Trafalgar Square era o único local onde os protestos foram autorizados na cidade. Os atos pelo clima começaram há uma semana na cidade. Nesta segunda-feira, os manifestantes invadiram o centro financeiro de Londres, com cartazes com mensagens contra as instituições financeiras e grandes empresas, nos quais pediam que se deixe de "custear a crise climática".

Manifestantes limpam acampamento do Extinction Rebellion na Trafalgar Square
Manifestantes limpam acampamento do Extinction Rebellion na Trafalgar Square após ordem de desocupaçãoFoto: picture-alliance/empics/D. Mirzoeff

Durante a semana passada, quando se iniciaram as ações, os ativistas bloquearam o Parlamento britânico e ocuparam o aeroporto de London City. As manifestações pelo clima visam chamar atenção para o problema do aquecimento global, paralisando sobretudo os meios de transportes mais poluentes.

Apesar da proibição, o Extinction Rebellion anunciou nesta terça-feira que deve dar continuidade à segunda semana de protestos que estava programada pelo movimento.

O primeiro ato já ocorreu em frente ao Departamento dos Transportes. Os ativistas exigem o fim de financiamento de "projetos destrutivos" que impulsionam emissões que causam o aquecimento global.

Uma das fundadoras do Extinction Rebellion, Gail Bradbrook, escalou o prédio para colocar uma faixa no local contra a construção de uma ferrovia de alta velocidade.

O movimento pretende, por meio da desobediência civil pacífica, chamar a atenção da população e governos para a ameaça do colapso climático e da extinção em massa que pode ser provocada pelo aquecimento global.

Manifestantes do Extinction Rebellion em Londres
Atual série de protestos do Extinction Rebellion começou em Londres no dia 7 de outubroFoto: Imago Images/Zuma/R. Tang

De acordo com os ativistas, anos de manifestações convencionais não geraram políticas significativas para o clima, por isso, o Extinction Rebellion acredita que os protestos precisam agora incomodar, até mesmo ultrapassando alguns limites da lei, como o bloqueio do trânsito e aeroportos, para alcançar algum resultado. O grupo rejeita categoricamente o uso da violência e defende que a democracia deliberativa, na qual cidadãos têm um envolvimento maior na tomada decisões, seja aplicada para tratar a questão climática.

O Extinction Rebellion têm basicamente três demandas: que os governos nacionais divulguem as ameaças das mudanças climáticas; iniciem ações para zerar efetivamente as emissões de gases do efeito estufa até 2025; e e criem assembleias populares para proporem medidas voltadas a alcançar a justiça climática. 

Além de Londres, o Extinction Rebellion, que está presente em dezenas de países, promoveu na semana passada protestos ocorre em 60 cidades do mundo. Na Alemanha, Berlim foi a cidade que serviu de palco para os ambientalistas.

CN/afp/rtr/lusa/ots

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