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Novo premiê do Haiti pede justiça pela morte do presidente

21 de julho de 2021

Ao tomar posse, Ariel Henry reivindica pena exemplar para os envolvidos no crime. Ele assume o governo haitiano após renúncia do primeiro-ministro interino, em meio a pressão internacional.

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Novo premiê haitiano, Ariel Henry
Novo premiê haitiano, Ariel Henry Foto: Joseph Odelyn/AP/picture alliance

O novo primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, tomou posse nesta terça-feira (20/07) e pediu uma punição exemplar para os envolvidos no assassinato do presidente Jovenel Moïse, ocorrido há duas semanas.

"Todos aqueles suspeitos de serem executores ou mandantes devem ser identificados e levados à justiça. Nunca mais teremos que vivenciar tal tragédia", declarou Henry durante a cerimônia de posse.

Henry assumiu o governo haitiano depois que o primeiro-ministro interino Claude Joseph anunciou sua renúncia nesta segunda, em meio à pressão da comunidade internacional para que deixasse o poder.

Moïse havia nomeado Henry como premiê em 5 de julho, no último decreto que assinou antes de sua morte. Mas Henry não chegou a tomar posse antes do assassinato do presidente, ocorrido dois dias depois.

Crime obscuro

Até agora, 26 pessoas foram presas por envolvimento no assassinato, incluindo 18 colombianos acusados de fazer parte do comando que cometeu o ataque à residência de Moïse.

Além disso, sete policiais foram colocados em isolamento também por terem participado do atentado, mas não foram formalmente acusados ou presos.

Nos dois dias após o assassinato, três colombianos foram mortos em tiroteios com as forças de segurança, enquanto a polícia emitiu mandados de busca e prisão para pelo menos dez outros suspeitos.

A polícia haitiana acusou um médico haitiano com ligações na Flórida, Christian Emmanuel Sanon, de ser o mentor do complô e ter "objetivos políticos".

Elogios de Washington

Os Estados Unidos, que exercem ampla influência no Haiti, deram as boas-vindas ao novo governo. O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, expressou a satisfação de Washington por "ver atores políticos e civis haitianos trabalhando para formar um governo de unidade que possa estabilizar o país".

Moïse será sepultado na sexta-feira na cidade de Cap-Haitien, no norte do Haiti. Sua viúva, Martine, gravemente ferida no ataque que matou o presidente, foi tratada em um hospital de Miami antes de voltar para casa no fim de semana.

Morto aos 53 anos, Moïse governou o Haiti, o país mais pobre das Américas, por decreto depois que as eleições legislativas de 2018 foram adiadas devido a várias disputas, inclusive sobre quando seu próprio mandato terminou. Além das eleições presidenciais, legislativas e locais, o Haiti deveria ter um referendo constitucional em setembro, depois de ter sido adiado duas vezes devido à pandemia do coronavírus.

Na luta pelo poder após a morte de Moïse, a balança pendeu para Henry quando embaixadores – incluindo dos Estados Unidos, França e Nações Unidas – informalmente deram seu apoio ao neurocirurgião de 71 anos. O Haiti não tem um parlamento funcional e nenhum processo de sucessão viável, e já estava mergulhado em uma crise política e de segurança quando Moïse foi morto.

md/lf (EFE, AFP)