Polícia mata 4 e prende 6 pela morte do presidente do Haiti
8 de julho de 2021Quatro pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, foram mortas nesta quarta-feira (07/07) num confronto com agentes da polícia, anunciou o diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti, Léon Charles.
Seis pessoas também foram presas, entre elas dois cidadãos americanos de origem haitiana, declaram as autoridades.
A operação policial também resultou na libertação de três agentes que haviam sido sequestrados pelos suspeitos de terem matado Moïse, afirmou o chefe da polícia, que concedeu entrevista ao lado do primeiro-ministro interino, Claude Joseph, e outras autoridades.
Segundo o Secretário de Estado da Comunicação, Frantz Exantus, os supostos assassinos foram interceptados pela polícia após um intenso tiroteio no bairro de Pelerin, onde fica a residência oficial onde vivia Moïse.
No pronunciamento à imprensa, o ministro da Cultura e Comunicação, Pradel Henríquez, havia declarado mais cedo que os responsáveis pelo atentado são estrangeiros que falam espanhol e inglês, mas não deu detalhes sobre nacionalidade ou identidade. As línguas oficiais no Haiti são o crioulo haitiano, falado por quase toda a população, e o francês.
Primeira-dama está nos EUA
Joseph garantiu que a situação de segurança no país está sob controle após o assassinato de Moïse. Ele também revelou que o relatório forense sobre a morte do presidente foi feito e, posteriormente, o corpo foi transferido para um necrotério na capital.
Quanto ao estado de saúde da primeira-dama, Martine Moïse, também ferida no ataque, ele disse que ela está fora de perigo, após ter sido transferida para um hospital em Miami, nos Estados Unidos.
O premiê também relatou que conversou por telefone com o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, com quem discutiu a situação política do Haiti. Joseph disse que falaram sobre a organização das eleições presidencial e legislativa, marcadas para 26 de setembro, e a oposição.
Governo acusa mercenários
Moïse foi morto a tiros nas primeiras horas desta quarta-feira na invasão de um comando de homens armados a sua residência, um ataque no qual sua esposa, Martine Moïse, foi gravemente ferida.
Nesta quarta-feira, o embaixador do Haiti nos Estados Unidos, Bocchit Edmond, declarou que os assassinos do presidente eram mercenários profissionais que se fizeram passar por agentes dos EUA. Segundo ele, os autores do assassinato se apresentaram na residência do chefe de Estado, em Porto Príncipe, dizendo pertencer à agência anti-drogas americana DEA.
"Foi um ataque bem orquestrado e eram profissionais", declarou o diplomata haitiano. "Temos um vídeo, e achamos que se trata de mercenários."
Moïse, de 53 anos, governava por decreto há mais de um ano, depois que o país não conseguiu realizar eleições, numa crise que levou à dissolução do Parlamento.
as/lf (Efe, Lusa, AFP)