Premiê interino do Haiti vai deixar o cargo
19 de julho de 2021O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, que comanda o país desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 7 de julho, deve renunciar ao cargo nesta terça-feira (20/07) e ceder o poder a Ariel Henry, segundo o ministro de Assuntos Eleitorais, Mathias Pierre.
Henry havia sido nomeado primeiro-ministro dois dias antes da morte de Moïse, mas não chegou a tomar posse. No sábado passado, ele recebeu apoio das Nações Unidas e de um grupo de países para formar governo.
A previsão é que Claude Joseph permaneça no novo governo liderado por Henry, no cargo de ministro das Relações Exteriores, afirmou o premiê interino ao jornal Le Nouvelliste.
Ariel Henry é um cirurgião de 71 anos que já atuou como ministro do Interior, de janeiro a setembro de 2015, e em seguida comandou a pasta dos Assuntos Sociais e do Trabalho, de setembro de 2015 a março de 2016.
No sábado passado, um grupo de embaixadores em Porto Príncipe, capital haitiana, expressou apoio explícito a Henry como primeiro-ministro.
Em comunicado, esse grupo pediu a formação de um governo de consenso e inclusivo, e incentivou Henry a continuar com "a missão recebida para formar governo". O grupo é formado pelos embaixadores de Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha, Canadá e União Europeia, além dos representantes das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos (OEA) no país.
A morte de Moïse desencadeou um problema de sucessão. Por ter ocorrido no final do madato do presidente, a Constituição prevê que o Parlamento deve eleger um chefe de Estado interino para terminar o período presidencial.
Isso não foi possível porque o Parlamento está inoperante desde janeiro de 2020 devido ao adiamento das eleições legislativas de 2019.
Claude Joseph, que atua como primeiro-ministro interino desde abril, se manteve no poder após a morte de Moïse, já que Ariel Henry não chegou a tomar posse, embora tenha sido nomeado por decreto publicado em 5 de julho.
A troca de poder ocorrerá poucos dias antes do funeral de Estado de Moïse, que será realizado na sexta-feira na cidade de Cap-Haitien, no norte do país.
jps/ek (Efe, Lusa)