Venezuela vota políticas de Maduro em plebiscito simbólico
16 de julho de 2017Os venezuelanos foram às urnas neste domingo (16/07) para um plebiscito simbólico sobre o projeto de Assembleia Constituinte do presidente Nicolás Maduro. A consulta popular foi impulsionada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de oposição ao governo, e realizada à margem da Justiça Eleitoral.
A votação, que por decisão da Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela não foi transmitida pelas rádios e TVs locais, decorreu em 1.600 pontos no país, como também em outros países.
O plebiscito, que a oposição classifica como o "maior ato de desobediência civil", acontece na sequência de três meses de protestos violentos contra o governo de Nicolás Maduro, nos quais ao menos 93 pessoas morreram.
Institutos de sondagens e opinião pública, como o Datanalisis, apontam que 70% dos venezuelanos se opõem à Assembleia Constituinte proposta por Maduro. Prevê-se, no entanto, que, por questões de segurança diante das ações dos chamados "coletivos" (grupos paramilitares fiéis ao governo), a maior participação dos quase 30 milhões de eleitores tenha ocorrido em zonas de classe média e alta.
No país, as últimas horas foram marcadas por uma "calma tensa" causada pela expectativa do plebiscito, que militantes do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) dizem ser ilegal, mas que a oposição pretende usar para marcar a "hora zero", que poderá levar à greve geral antes das eleições para a Assembleia Constituinte, marcadas para 30 de julho.
Os resultados deverão ser anunciados ao longo da noite (hora local). Embora a consulta tenha sido declarada ilegal pela legenda governista, os ex-presidentes Jorge "Tuto" Quiroga (Bolívia), Laura Chinchilla (Costa Rica), Vicente Foz (México), Andrés Pastrana (Colômbia) e Miguel Ángel Rodríguez (Costa Rica) chegaram neste sábado a Caracas para supervisionar o processo conduzido pela oposição venezuelana.
Neste domingo, o papa Francisco rezou na oração do Angelus pela "amada" Venezuela, que vota simbolicamente o projeto de Assembleia Constituinte de Nicolás Maduro. "Uma saudação especial dirigida à comunidade católica venezuelana na Itália, renovando a oração pelo vosso amado país", disse o pontífice na varanda do Palácio Apostólico diante de fiéis na praça de São Pedro.
CA/efe/lusa