Leopoldo López pede a Temer ajuda para Venezuela
15 de julho de 2017O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López telefonou nesta sexta-feira (14/07) ao presidente Michel Temer para agradecer o apoio que recebeu do governo brasileiro durante o período em que esteve preso. Na conversa, ele também solicitou ajuda humanitária à população de seu país.
O conteúdo do telefonema foi revelado por Temer em série de mensagens publicadas no Twitter. "Recebi, há pouco, telefonema de Leopoldo López. Pareceu bem disposto e firme em sua luta pelo restabelecimento da democracia na Venezuela", relatou o presidente brasileiro.
"López agradeceu apoio do Brasil nos dias mais difíceis no cárcere. Pediu corredor humanitário para envio de alimentos e remédios para o povo", continuou o peemedebista. Em junho de 2016, o governo brasileiro chegou a oferecer o envio de medicamentos à Venezuela, mas o presidente Nicolás Maduro impede a entrada de ajuda humanitária no país.
Temer finalizou suas mensagens reafirmando o "apoio do Brasil à plena liberdade" e expressando "repúdio pelas prisões políticas". "O Brasil está ao lado do povo venezuelano. Há que respeitar o Estado de Direito, a democracia, os direitos humanos", escreveu o mandatário.
López, um dos principais adversários de Maduro, passou a cumprir prisão domiciliar no sábado passado (08/07), depois de ficar mais de três anos preso. O abrandamento da pena foi autorizado pelo Supremo Tribunal de Justiça do país, justificando a decisão como "medida humanitária" e mencionando problemas de saúde do opositor.
Preso desde fevereiro de 2014, López foi condenado em 2015 a quase 14 anos de prisão pelos delitos de incitação pública, associação para delinquir, danos a propriedade e incêndio, relacionados a distúrbios registrados numa marcha antigovernamental convocada por ele no ano anterior.
A família do oposicionista passou meses sem poder visitá-lo na prisão, e sua libertação era defendida por diversos governos e organismos de direitos humanos. No final de junho, a esposa de López, Lilian Tintori, denunciou que o marido estava sendo torturado, e a Anistia Internacional pediu às autoridades venezuelanas que investigassem o caso.
Em maio deste ano, Tintori esteve em Brasília, onde se reuniu com autoridades do governo, incluindo o próprio Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, além de ser recebida no Senado.
Em profunda crise econômica e política, a Venezuela tem sido palco de uma nova onda de manifestações contrárias ao governo chavista. Desde abril, quase cem pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas nos protestos, que costumam terminar em confrontos violentos.
Nesse meio-tempo, o governo brasileiro se aliou a outros países da América do Norte e do Sul na pressão contra Maduro – entre eles estão Estados Unidos, Argentina, Colômbia e México.
EK/dpa/efe/lusa/ots