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Trump perde primeira batalha com Congresso

24 de março de 2017

Republicanos cancelam votação sobre a reforma do sistema de saúde, que pretendia derrubar "Obamacare". Mesmo após mobilização intensa do presidente dos EUA, governo não conseguiu apoio para aprovar proposta na Câmara.

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Donald Trump falou sobre a retirada da votação em pronunciamento na Casa Branca
Donald Trump falou sobre a retirada da votação em pronunciamento na Casa BrancaFoto: Reuters/C. Barria

Os líderes da maioria republicana na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos decidiram nesta sexta-feira (24/03) retirar da pauta a votação sobre a reforma do sistema de saúde americano, que substituiria o chamado "Obamacare", lei do ex-presidente democrata Barack Obama.

Mesmo após mobilização intensa do governo de Donald Trump e apesar da maioria republicana no Congresso, a liderança do partido não conseguiu o apoio que precisava para aprovar a proposta, segundo admitiu o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, em declaração à imprensa.

Para uma vitória na Casa, os republicanos só poderiam ter no máximo 22 deserções entre os 237 deputados do partido, considerando a união dos democratas contra a revogação do Obamacare.

A votação deveria ter ocorrido originalmente na quinta-feira, mais foi adiada para esta sexta justamente como uma forma de ganhar tempo para convencer os republicanos dissidentes. No entanto, ainda sem apoio suficiente, Trump e Ryan concordaram com a retirada da proposta.

"Obamacare está explodindo"

O presidente americano confirmou a decisão em conversa com jornalistas na Casa Branca. "Talvez o que aconteceu hoje seja a melhor coisa que poderia ter acontecido. Surgiremos com um projeto de saúde realmente bom no futuro depois de esse caos conhecido como Obamacare explodir", disse ele.

"Eu venho dizendo ao longo de um ano e meio que a melhor coisa que pode acontecer, politicamente falando, é deixar o Obamacare explodir. Ele está explodindo neste momento", retrucou Trump, que prometeu, diante da derrota na saúde, concentrar seus esforços agora numa reforma tributária.

O líder ainda culpou os democratas pelo fracasso da proposta. "Quando eles se tornarem civilizados e se unirem a fim de tentar desenvolver um grande projeto de saúde para o povo desse país, estaremos abertos a isso", afirmou ele, mostrando-se favorável a uma união dos dois partidos nessa questão.

Ryan, por sua vez, declarou que "esse é um dia decepcionante" para os republicanos. "Transformar-se de um partido da oposição em partido governista vem acompanhado de sofrimentos crescentes, e nós estamos sentindo esse sofrimento hoje. Chegamos muito perto, mas não foi suficiente", admitiu.

A líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, comemorou o cancelamento da votação, classificando-o como uma "vitória para o povo americano". A política afirmou que estava "muito claro" que o povo ainda apoia a lei conhecida como Obamacare.

A imprensa americana descreveu a retirada da proposta como uma derrota humilhante para Trump, que havia prometido, ainda em campanha, revogar a reforma da saúde de seu antecessor.

O projeto do presidente republicano, chamado Lei Americana de Assistência Médica, mencionava diminuir o papel do governo em ajudar os cidadãos a arcar com os custos dos planos de saúde. A nova medida tinha potencial para deixar milhões de americanos sem assistência médica.

EK/afp/lusa/efe/rtr/ots