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Trump e Abe apresentam frente unida perante Coreia do Norte

6 de novembro de 2017

Em Tóquio, presidente americano e premiê japonês adotam o mesmo tom para ameaça norte-coreana, dizem que todas as opções estão sobre a mesa e abrem portas para intensificação da cooperação armamentista.

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Trump e Abe participaram de coletiva após encontro em Tóquio
Trump e Abe participaram de coletiva após encontro em TóquioFoto: Reuters/J. Ernst

Em Tóquio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, demonstraram nesta segunda-feira (06/11) unidade em relação à estratégia para responder às ameaças da Coreia do Norte. 

"[O regime norte-coreano] continua com seus testes nucleares ilegais e com seus intoleráveis lançamentos de mísseis diretamente sobre território japonês, que representam uma grave ameaça para a paz e a estabilidade regional e global. Não permitiremos isso", afirmou Trump ao lado de Abe.

Em entrevista coletiva após o encontro com Trump, o primeiro-ministro japonês, por sua vez, assegurou que seu país está "100%" com os EUA na ideia de que "todas as opções estão sobre a mesa", assim como em exercer a "máxima pressão" sobre o regime de Kim Jong-un para conter o rápido desenvolvimento do programa nuclear e de mísseis de Pyongyang.

"Tentamos o diálogo com a Coreia do Norte durante décadas. e Pyongyang sempre o rompeu. Não faz sentido dialogar com eles", disse Abe, que pediu mais uma vez à China que exerça sua influência para que a Coreia do Norte abandone o programa nuclear.

"Maior ameaça já sofrida pelo Japão", diz Abe sobre míssil

Trump destacou que a "era da paciência estratégica" com a Coreia do Norte acabou, após "20 anos com uma postura frágil" perante Pyongyang, e defendeu que o Japão derrube os mísseis do país que sobrevoarem seu território. O presidente americano disse ainda que EUA fornecerão a Tóquio o armamento militar necessário.

"Isso representa muitos postos de trabalhos para nós e mais segurança para Japão", ressaltou o presidente americano, que detalhou que as vendas de material militar ao Japão incluirão caças e mísseis de diferentes tipos.

Abe, no entanto, afirmou que a política japonesa de defesa é derrubar mísseis "apenas se for totalmente necessário, para garantir a segurança do seu território".  O primeiro-ministro lembrou ainda que o Japão já adquire uma quantidade significativa de equipamento militar fabricado pelo seu aliado e que Tóquio deve "atualizar seu equipamento" perante o aumento das ameaças norte-coreanas.

O líder japonês anunciou também que vai congelar os bens de 35 pessoas e organizações norte-coreanas, numa medida adicional para tentar solucionar o problema dos japoneses sequestrados pelos serviços secretos da Coreia do Norte.

Japoneses sequestrados

Após o encontro com Abe, Trump se reuniu com familiares de japoneses sequestrados pela Coreia do Norte entre 1977 e 1983. O presidente americano se comprometeu a trabalhar "estreitamente" com o governo japonês para libertá-los.

"Ouvimos muitas histórias tristes dos sequestrados pela Coreia do Norte e vamos trabalhar com Abe para trazê-los de volta", ressaltou Trump.

O Japão afirma que pelo menos 17 japoneses (incluindo cinco que regressaram) foram sequestrados pela Coreia do Norte para dar aulas de cultura e língua no âmbito do programa de formação de espiões. Pyongyang, por sua vez, alega que não possui mais reféns japoneses - todos os sequestrados teriam sido libertados ou morrido. O esclarecimento destes casos e o regresso dos sequestrados que ainda estão na Coreia do Norte é uma das prioridades políticas do governo de Abe.

A viagem de Trump à Ásia, marcada pelo conflito com a Coreia do Norte, acontece em meio a um prolongado silêncio armamentista de Pyongyang - seu último teste aconteceu no dia 15 de setembro.

A tensão na península da Coreia chegou, no entanto, a alcançar durante meses níveis inéditos por conta da troca de ameaças entre Washington e Pyongyang e das exibições militares de ambas as partes.

A viagem de Trump ao continente asiático é a mais longa realizada por um presidente nos últimos 25 anos, e passa ainda por China, Coreia do Sul, Vietnã e Filipinas. Em Pequim, Trump quer se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.

CN/efe/lusa/rtr/ap

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