EUA demonstram força antes de visita de Trump à Ásia
3 de novembro de 2017Os Estados Unidos fizeram nesta sexta-feira (03/11) exercícios militares estratégicos com dois caças bombardeiros na Península Coreana, na véspera da visita do presidente americano, Donald Trump, à Ásia.
Segundo as Forças Aéreas do Pacífico dos EUA (Pacaf), os dois aviões realizaram exercícios conjuntos com caças japoneses e sul-coreanos.
"Os dois B-1B Lancer partiram da Base da Força Aérea de Andersen, em Guam, rumo ao sul da Coreia e ao oeste do Japão para integrar [as manobras] com caças do Koku Jieitai [Força Aérea de Autodefesa do Japão]", detalham em comunicado.
"Os Lancer seguiram depois para a Coreia para se juntarem a caças da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul], no Mar Amarelo", acrescenta a nota, adiantando que as aeronaves regressaram às respectivas bases militares depois dos exercícios.
O comunicado diz ainda que a missão já tinha sido planejada e que não foi uma resposta a nenhum acontecimento. Mas às vésperas da visita de Trump a países da Ásia, entre os dias 5 e 14 de novembro, o exercício aéreo é visto como uma demonstração de força.
Em busca de apoio
Trump vai passar por Japão, Coreia do Sul, China, Vietnã e Filipinas para tratar das crescentes tensões com a Coreia do Norte.
O objetivo é aumentar o apoio internacional para privar o regime norte-coreano de recursos e fazer com que o país desista de desenvolver armas nucleares.
Um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias norte-coreana KCNA condenou os exercícios militares feitos pelos EUA.
"O frenético esquema de ameaças e chantagem dos Estados Unidos, cujo objetivo é estilhaçar a nossa república com armas nucleares, continua em novembro assim como em outubro", diz a agência estatal.
"A realidade mostra claramente que os gângsters imperialistas americanos são os que têm agravado a situação na Península da Coreia e procurado provocar uma guerra nuclear", acrescenta a KCNA.
Além dos frequentes testes com armas nucleares e mísseis balísticos, em setembro o regime da Coreia do Norte testou uma bomba de hidrogênio, conhecida como "bomba H".
Protestos
Entidades civis da Coreia do Sul convocaram protestos em todo o país contra a visita de Trump ao país, programada para a próxima terça-feira. As manifestações devem ocorrer na capital Seul e nas cidades de Gwangju, Daejeon, Ulsan e Changwon.
Trump via se reunir com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, para tratar dos avanços nuclear e armamentista da Coreia do Norte e o tratado de livre-comércio entre os dois países.
Os grupos progressistas sul-coreanos culpam o discurso beligerante de Trump contra o regime do ditador norte-coreano Kim Jong-un pela intensificação da tensão na Península Coreana.
Ativistas pedem que o presidente sul-coreano tome medidas para suspender as manobras militares conjuntas de Seul e Washington e avançar em negociações com Pyongyang.
Além dos protestos anti-Trump, grupos conservadores devem fazer manifestações em apoio à visita do presidente americano.
KG/efe/lusa
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