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Trump "aceita" acusações contra a Rússia

8 de janeiro de 2017

Segundo Reince Priebus, presidente eleito não nega que entidades russas estiveram por trás de ciberataques para influenciar eleições. Futuro líder americano deve anunciar medidas em resposta à interferência no pleito.

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USA Donald Trump
Foto: picture alliance/dpa/AP Photo/E. Vucci

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, aceita a conclusão dos serviços de inteligência dos EUA de que a Rússia tentou interferir nas eleições presidenciais dos EUA, disse neste domingo (08/01) o futuro chefe de gabinete, Reince Priebus.

O político afirmou que Trump acredita que a Rússia esteve por trás dos ataques cibernéticos a organizações do Partido Democrata. No entanto, ele não deixou claro se o presidente eleito concorda que os ciberataques foram ordenados pelo presidente Vladimir Putin.

"Ele não nega que entidades na Rússia estiveram por trás dessa campanha em particular", disse Priebus, que foi o principal aliado de Trump durante a campanha eleitoral, como presidente do Comitê Nacional Republicano. "Acho que ele aceita as conclusões [dos serviços secretos]."

Priebus afirmou que Trump planeja pedir aos serviços de inteligência que apresentem recomendações sobre o que deve ser feito em relação aos ciberataques. "Ações podem ser necessárias", disse, afirmando não haver nada de errado em tentar ter uma boa relação com a Rússia e com outros países.

Reince Priebus
Priebus foi foi o principal aliado de Trump durante a corrida à Casa BrancaFoto: Reuters/M. Segar

Mudança de posição

A declaração de Priebus, concedida à emissora Fox News, sinaliza uma mudança de posicionamento na reiterada negação de Trump da interferência russa nas eleições de novembro passado, na qual ele derrotou a democrata Hillary Clinton.

Esta foi a primeira vez em que um membro de alto escalão da equipe do presidente eleito aceitou que a Rússia tenha coordenado os ciberataques e o vazamento de e-mails do Partido Democrata durante a campanha eleitoral.

Prestes a assumir a presidência, em 20 de janeiro, Trump tem enfrentado pressão cada vez maior de membros do Partido Republicano para aceitar as constatações dos serviços secretos quanto aos ataques cibernéticos russos e outras manobras para influenciar o resultado do pleito presidencial.

Um relatório divulgado pela inteligência americana no fim da semana afirma que Putin "ordenou" uma sofisticada campanha de influência – incluindo ataques cibernéticos e a divulgação de notícias falsas – para enfraquecer Hillary e fortalecer Trump. O dossiê não avaliou a influência da interferência russa sobre as urnas nos EUA.

Após um encontro em que funcionários dos serviços secretos apresentaram detalhes do relatório, na última sexta-feira, Trump afirmou que "aprendeu muito" com as discussões, mas se negou a dizer se aceitava ou não as afirmações sobre os motivos da Rússia.

LPF/rtr/ap