1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaEspanha

Polícia atrás de separatista catalão após regresso do exílio

8 de agosto de 2024

Ex-presidente catalão Carles Puigdemont chegou de surpresa a Barcelona, após quase sete anos foragido da Justiça espanhola – e sumiu de novo. Polícia realiza buscas na região.

https://p.dw.com/p/4jFJv
O líder separatista catalão Carles Puigdemont de punho em riste em um palanque durante um evento de boas-vindas organizado por seu partido, Junts per Catalunha, em Barcelona, Espanha, em 8 de agosto de 2024.
Carles Puigdemont compareceu ao evento no Arco do Triunfo de Barcelona, apesar de mandado de prisãoFoto: Lorena Sopena/REUTERS

Procurado pela Justiça espanhola e depois de passar quase sete anos foragido, o ex-presidente da região da Catalunha Carles Puigdemont, reapareceu nesta quinta-feira (08/08) em Barcelona. Ele compareceu a um evento organizado por seus apoiadores, para em seguida sumir do mapa novamente.

Puigdemont chegou acompanhado pelos líderes do seu partido independentista, o Juntos pela Catalunha (JxCAT). Aos gritos de "Independência" e "Viva uma Catalunha livre!", abriu caminho entre os seus apoiadores e seguiu até um palco montado em frente ao conhecido Arco do Triunfo de Barcelona, de onde se dirigiu ao público.

Apoiadores do líder separatista catalão Carles Puigdemont em um evento de boas-vindas organizado por seu partido, o Juntos pela Catalunha, em Barcelona, Espanha, 8 de agosto de 2024.
Milhares se reuniram perto do parlamento regional catalão, que empossa um novo líder em 8 de agostoFoto: Lorena Sopena/REUTERS

"Eu vim aqui para lembrá-los de que ainda estamos aqui", disse, diante de milhares reunidos perto do parlamento regional catalão, que deverá empossar um novo líder no fim desta quinta-feira. Na multidão, muitos agitavam bandeiras nas cores vermelho, amarelo e azul da independência catalã.

Na véspera Puigdemont chegou a anunciar via redes sociais sua intenção de regressar à Espanha depois de sete anos do que chamou de "exílio”. Ele se referia ao período desde quando fugiu da Espanha após declarar unilateralmente a independência da Catalunha.

Novamente em fuga

Após um breve discurso de pouco mais de cinco minutos, Puigdemont pareceu dirigir-se à sede parlamentar regional. Porém não estava presente quando a assembleia iniciou a votação de investidura para escolher o novo líder da região.

Diante da situação, a polícia autônoma da Catalunha acionou o dispositivo policial "Jaula", com controles policiais nas saídas de Barcelona, ​​que também poderá ser estendido até a fronteira com a França, informou a agência EFE.

Um elemento da Mossos d'Esquadra, a polícia da Catalunha, foi detido por suspeita de ter ajudado o separatista a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido. Segundo fontes policiais citadas por vários meios de comunicação espanhóis, os Mossos detiveram um dos seus agentes, dono do carro em que a polícia acredita que Puigdemont fugiu.

Um novo governo regional

O regresso de Puigdemont, sobre quem pesa um mandado de detenção nacional por peculato, coincide com a cerimônia de posse de Salvador Illa, que, apoiado pelos republicanos catalães, se tornará o primeiro presidente socialista da Catalunha.

O evento só foi possível graças a um acordo entre os socialistas do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, com o partido separatista catalão moderado Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que concorre com o JxCAT  de Puigdemont, mais linha-dura.

O apoio do ERC é crucial para o governo, já que os socialistas conquistaram o maior número de cadeiras na eleição regional de maio, mas não a maioria. Se um novo governo regional catalão não for formado até 26 de agosto, novas eleições serão realizadas em outubro.

Puigdemont liderou o governo regional da Catalunha em 2017, quando, apesar de uma proibição judicial, o país realizou um referendo sobre sua independência. A consulta pública foi seguida por uma breve declaração unilateral de independência por parte da Catalunha. Puigdemont fugiu em seguida, para evitar ser processado, e desde então viveu na Bélgica e, mais recentemente, na França.

Ip/av (EFE, AFP, Lusa)