Petrobras diz que óleo no Nordeste veio da Venezuela
26 de outubro de 2019A Petrobras afirmou nesta sexta-feira (26/10) as manchas de petróleo que atingem o litoral do Nordeste desde setembro é proveniente de três campos da Venezuela. As origens e o local exato do vazamento ainda são desconhecidos.
"Fizemos análises em mais de 30 amostras e concluímos que [o petróleo] era de três campos venezuelanos", afirmou o diretor de Assuntos Corporativos da Petrobras, Eberaldo de Almeida Neto. "A origem do vazamento é outra coisa", acrescentou.
A análise confirma um relatório apresentado pela própria Petrobras há duas semanas, que concluiu que as manchas seriam uma mistura de óleos provenientes da Venezuela. Outro estudo realizado pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA) indicou essa mesma origem. A Venezuela nega ser responsável pelas manchas de petróleo que estão poluindo centenas de praias brasileiras.
Neto afirmou que a estatal acompanha a situação desde setembro quando as primeiras manchas começaram a aparecer nas praias. O executivo explicou que o petróleo, provavelmente, vazou no Oceano Atlântico e entrou numa corrente marítima que vem da África e que na altura de Pernambuco se bifurca, o que levou o material a se espalhar por todo o litoral do Nordeste.
Ainda segundo Neto, o petróleo afunda no mar e, por isso, não é possível detectá-lo por imagens de satélite, radares ou sobrevoos na região, o que dificulta o combate. Também não há como colocar barreiras de contenção para evitar que as manchas cheguem às praias.
"Quando vaza de uma instalação de produção, a gente detecta a origem e consegue combater mais fácil. Quando não tem o fator de origem, não se sabe como foi e quando foi, é como [procurar] agulha no palheiro", ressaltou o executivo.
A estatal trabalha com a hipótese que o óleo vazou de algum navio que passa pela costa do país ou afundou na região. A Marinha do Brasil está investigando o caso.
A Petrobras está auxiliando o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na limpezas de praias. De acordo com o executivo, a estatal enviará equipamentos de proteção a voluntários. Os custos da ação serão pagos pelo governo federal.
Até agora, 1.027 toneladas de petróleo foram retiradas das praias. Quase 4 mil pessoas trabalham na remoção dos resíduos.
Com o governo Bolsonaro criticado pela demora e falta de ações efetivas para conter o desastre ambiental no Nordeste, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, passou a insinuar, sem provas, que o Greenpeace, uma das principais ONGs ambientais do mundo, seria responsável pela situação.
CN/efe/abr/ots
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