ONU enaltece esforço humanitário da Alemanha
20 de junho de 2017O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) enalteceu a Alemanha por estar na "vanguarda humanitária" pela forma como o país lida com a crise migratória mundial. Os comentários feitos pelo vice-alto comissário do Acnur, Volker Türk, vieram por ocasião do Dia Mundial do Refugiado.
Em entrevista à emissora de televisão ZDF, Türk afirmou que a Alemanha teve papel central ao ajudar a lidar com o fluxo migratório e disse esperar que o país lidere as iniciativas referentes ao acolhimento de refugiados durante a cúpula dos países do G20 em Hamburgo, no próximo mês.
Desde o auge da crise migratória, em 2015, a Alemanha acolheu mais de 1 milhão de pessoas que fugiam de conflitos no Oriente Médio e na África. No ano passado, o fluxo migratório para o país diminui significativamente após o fechamento da chamada rota dos Bálcãs e do acordo entre a União Europeia (UE) e a Turquia.
Recentemente, os recursos do país foram voltados para o fornecimento de ajuda humanitária a regiões em crise. Apenas em 2016, Berlim disponibilizou cerca de 1,3 bilhão de euros, colocando a Alemanha entre os doadores mais generosos em todo o mundo. Desse total, em torno de 307 milhões de euros foram destinados ao Acnur.
Segundo o ministro alemão do Exterior, Sigmar Gabriel, o orçamento federal para fins humanitários aumentou mais de dez vezes nos últimos cinco anos. Ele exaltou o Acnur como "o maior parceiro humanitário" da Alemanha, ao mesmo tempo em que pediu à comunidade internacional para que faça mais para lidar com a questão dos refugiados.
"A Alemanha não pode lidar isoladamente com esses desafios", afirmou. "Precisamos de esforços conjuntos internacionais e uma melhor distribuição de responsabilidades, para que possamos trazer alívio ao sofrimento dos refugiados em todo o mundo e evitar que as crises migratórias de longo prazo possam ocorrer."
Segundo o Acnur, em todo o mundo, o número de pessoas forçadas a abandonar suas casas devido a guerras, violência ou perseguições chegou a 65,6 milhões em 2016, incluindo deslocados internos e refugiados. Esse total equivale à população de um país como o Reino Unido e é um pouco superior ao do ano anterior, de 65,3 milhões.
Apenas no ano passado, mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar de seus locais de origem. Entre estes, mais de 3,5 milhões tiveram que deixar seus países. A Síria e o Afeganistão ainda são os locais de origem da maioria dos refugiados, com 5,5 milhões e 2,5 milhões, respectivamente.
O Sudão do Sul se tornou no ano passado o país com o maior aumento no deslocamento de pessoas. O número de cidadãos que fugiram através da fronteira passou de 800 mil para 1,4 milhão por ano.
RC/dpa/kna