O último adeus à rainha Elizabeth 2ª
19 de setembro de 2022Ícone de uma era, a rainha Elizabeth 2ª recebeu seu último adeus nesta segunda-feira (19/09) no que foi considerado o "funeral do século", com a presença de líderes de todo o mundo, antes de um enterro privado em Windsor.
Após dez dias de luto nacional, homenagens e rituais, cerca de 2 mil pessoas, incluindo chefes de Estado e de governo, membros de famílias reais e outras personalidades, compareceram a uma cerimônia religiosa na Abadia de Westminster, em Londres, pela manhã. Foi a maior reunião de líderes internacionais em décadas.
Do presidente americano, Joe Biden, ao brasileiro, Jair Bolsonaro, passando pelos reis Felipe e Letícia, da Espanha, até o imperador Naruhito, do Japão, cerca de 500 líderes e monarcas foram convidados para a cerimônia, que se transformou num grande desafio de segurança para o Reino Unido.
Nos últimos dias, centenas de milhares de pessoas fizeram fila para ver o caixão da monarca mais longeva do Reino Unido no Palácio de Westminster. Alguns esperaram até 24 horas numa fila quilométrica pelo centro de Londres e às margens do rio Tâmisa.
Do Palácio, o caixão foi transportado em procissão até a Abadia de Westminster, sendo seguido a pé pelo rei Charles 3° e outros membros da família real britânica.
"Nos últimos dez dias, minha esposa e eu temos sido profundamente tocados pelas muitas mensagens de condolências e apoio que recebemos de todo o país e de todo o mundo. Enquanto nos preparamos para dizer o nosso último adeus, eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para agradecer a todos que prestaram tal apoio e conforto à minha família neste tempo de luto", afirmou o novo rei, numa declaração divulgada antes da cerimônia.
Cortejo por Londres
A cerimônia começou por volta das 9h (horário local) com 96 badaladas do sino da Abadia de Westminster, marcando a idade de morte da rainha. No início da manhã, autoridades informaram que todos os pontos com acesso ao público para ver o cortejo fúnebre já estavam lotados.
Ao final da cerimônia religiosa, foram feitos dois minutos de silêncio em todo o país.
Após a cerimônia, teve início um cortejo fúnebre por várias ruas de Londres, com passagem pelo Palácio de Buckingham, antes de o caixão ser levado para Windsor, onde a rainha foi sepultada. O enterro foi realizado numa cerimônia privada, para o rei e familiares, no jazigo da família real, onde se encontram os restos mortais dos pais e da irmã de Elizabeth 2ª.
Grande operação policial
O funeral de Elizabeth 2ª conta com a maior operação de segurança já realizada em Londres. Este foi o primeiro funeral de Estado no Reino Unido desde a morte do ex-primeiro-ministro Winston Churchill, em 1965, e reúne líderes de todo o mundo e multidões ainda maiores do que a dos Jogos Olímpicos de 2012.
A polícia de Londres foi reforçada com agentes de todas as 43 forças policiais da Inglaterra e do País de Gales, e foram também mobilizados soldados das Forças Armadas e centenas de trabalhadores para prestar assistência nas ruas. O plano para o funeral real já estava sendo preparado há anos.
Atiradores de elites foram posicionados em locais estratégicos ao longo do trajeto do cortejo. Helicópteros reforçaram a segurança e policiais à paisana circulavam no meio da multidão.
Reinado de 70 anos
A rainha Elizabeth 2ª morreu aos 96 anos em 8 de setembro no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos no trono, o mais longo reinado da história do Reino Unido. Desde sua morte, o Reino Unido vive um período de luto de 10 dias, com várias cerimônias e homenagens.
Seu filho Charles, de 73 anos, herdeiro do trono desde os três anos de idade, passou a ser chamado de rei Charles 3° e foi oficialmente proclamado como tal no Palácio de St. James, em Londres. Sua cerimônia de coroação deve acontecer nos próximos meses.
O rei Charles 3° será o 40º monarca a receber a coroa na Abadia de Westminster, em uma cerimônia religiosa que é realizada há mais de 900 anos e que passou a seguir os rituais da Igreja Anglicana, após sua criação pelo rei Henrique 8°, em 1534.
cn/lf (Efe, Lusa, Reuters, AFP)