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Kerry pede investigação por crimes de guerra em Aleppo

7 de outubro de 2016

Rússia e regime sírio seguem estratégia para matar todos os que estiverem no caminho de seus alvos militares, diz secretário de Estado. "Eles devem ao mundo uma explicação sobre ataques a hospitais, mulheres e crianças."

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John Kerry e Jean-Marc Ayrault em Washington
Foto: REUTERS/M. Theiler

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta sexta-feira (07/10) que é necessária uma "investigação dos crimes de guerra" cometidos pela Rússia e pelo regime sírio em Aleppo, onde ambos mantêm uma "estratégia para aterrorizar os civis" com ataques a hospitais que vão "muito além do acidental".

"A Rússia e o regime devem ao mundo mais que uma explicação sobre os motivos pelos quais seguem atacando hospitais, instalações médicas, crianças e mulheres", disse Kerry, ao lado de seu colega francês, Jean-Marc Ayrault, no Departamento de Estado, em Washington. "Esses são atos que exigem uma investigação apropriada de crimes de guerra, e aqueles que os cometeram deveriam prestar contas por essas ações", acrescentou.

Os frequentes bombardeios a hospitais da cidade síria, por parte da aviação nacional e da russa, "vão além do acidental, mas muito além", opinou Kerry. "Esta é uma estratégia coordenada para aterrorizar os civis e matar todos que estiverem no caminho de seus alvos militares", disse o secretário de Estado.

Kerry denunciou que "ontem [quinta-feira] à noite, o regime sírio atacou mais um hospital, matando 20 pessoas e ferindo outras 100", e garantiu que discutiria com o colega francês os próximos passos possíveis para responder a esses ataques. "Pretendemos determinar de forma conjunta qual é a melhor maneira de enviar a mensagem mais forte possível sobre as ações que podem ser tomadas", acrescentou Kerry.

Os Estados Unidos suspenderam na segunda-feira passada a cooperação com a Rússia para buscar uma solução para o conflito sírio devido à ofensiva das forças sírias e russas em Aleppo, que começou em 22 de setembro. Segundo dados apresentados esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 23 de setembro a 2 de outubro, 342 pessoas morreram por causa da ofensiva em Aleppo, das quais 106 eram crianças, e 1.129 ficaram feridas, 261 delas menores de idade.

AS/efe/ap