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Inflação na zona do euro atinge novo recorde

31 de outubro de 2022

Alta anual de preços na região que abrange 19 países atinge 10,7% em outubro, impulsionada pela energia. Economia da região tem leve crescimento de 0,2% no terceiro trimestre.

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Símbolo do euro
Em um ano, preços da energia na zona do euro subiram 41,9%Foto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopress/picture alliance

A inflação na zona do euro atingiu nível recorde, impulsionada pela alta dos preços de eletricidade e gás natural, em consequência da guerra na Rússia.

A inflação anual chegou a 10,7% em outubro, informou nesta segunda-feira (31/10) a agência europeia de estatísticas Eurostat, sendo este o maior índice já registrado desde do início das análises, em 1997. Em setembro, o percentual era de 9,9%.

Ainda assim, os números do terceiro trimestre foram marginalmente melhores do que o esperado, após a economia da Alemanha registrar crescimento de 0,3%. França e Espanha cresceram 0,2% e a Itália anunciou nesta segunda-feira um crescimento de 0,5%.

O crescimento econômico nos 19 países que utilizam a moeda europeia desacelerou em antecipação a uma possível recessão, como vem sendo previsto por muitos economistas, resultante da queda no consumo em razão da alta dos preços.

A inflação anual chegou a 10,7% em outubro, informou nesta segunda-feira (31/10) a agência europeia de estatísticas Eurostat, sendo este o maior índice já registrado desde do início das análises, em 1997. Em setembro, o índice estava em 9,9%.

A economia da zona do euro, que vinha se recuperando dos efeitos da pandemia de covid-19, teve um leve crescimento de 0,2% entre julho e setembro, desacelerando do percentual de 0,8% registrado no segundo trimestre em razão dos preços altos.

Ainda assim, os números do terceiro trimestre foram melhores do que o esperado, após a economia da Alemanha registrar crescimento de 0,3%. França e Espanha cresceram 0,2%, e a Itália anunciou nesta segunda-feira um crescimento de 0,5%.

Em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o crescimento econômico da zona do euro foi de 2,1%, informou a Eurostat.

Crise energética

A crise na Ucrânia fez com que o preço do gás natural disparasse, enquanto a Rússia reduzia o envio do combustível para o continente.

A Europa teve de recorrer a custoso envio de gás natural liquefeito (LNG) através de navios vindos dos Estados Unidos e do Catar para suprir os estoques e garantir o aquecimento das residências durante o inverno.

Apesar do êxito em abastecer os estoques de gás, a alta dos preços tornou mais cara ou deficitária a produção de bens como aço ou fertilizantes. O poder de compra dos consumidores vem se exaurindo, enquanto aumentam os gastos com combustíveis e com as despesas mensais.

O preço do gás natural para a compra em curto prazo teve um certo alívio recentemente, mas ainda se manterá em alta nos mercados pelos próximos meses, o que deve fazer com que a energia ainda se mantenha como um peso para a economia no futuro próximo.

Retração nos próximos meses

A alta da inflação é atualmente um fenômeno internacional, com aumentos de preços nos níveis mais altos em 40 anos também nos Estados Unidos.

Os dados da Eurostat mostram que os preços dos alimentos, tabaco e álcool também estão entre os maiores fatores para alta da inflação, aumentando 13,1%, enquanto a energia subiu 41,9% em um ano.

Economistas preveem que a economia irá se retrair pelos próximos meses e na primeira metade de 2023.

A alta da inflação levou o Banco Central Europeu (BCE) a aumentar a taxa de juros no ritmo mais acelerado de sua história, em 8 de setembro e 27 de outubro, o que gerou temores em relação às consequências da guerra anti-inflacionária.

rc/lf (AFP, AP)