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Farc ratificam acordo de paz por unanimidade

23 de setembro de 2016

Grupo armado dá aval a pacto alcançado com governo colombiano, sinalizando fim de conflito iniciado há mais de meio século. Acordo será assinado pelo presidente do país em ato solene em Cartagena.

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Guerrilheiros das Farc
Foto: picture-alliance/dpa/Chr. Escobar Mora

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta sexta-feira (23/09) que seus líderes ratificaram por unanimidade o acordo de paz alcançado com o governo colombiano, sinalizando que abandonarão as armas após 52 anos de conflito.

"Informamos que os guerrilheiros-delegados deram respaldo unânime ao acordo de paz", disse em coletiva de imprensa Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez e que encabeçou a equipe negociadora nas Farc. "A guerra acabou. Viva a Colômbia, viva a paz", declarou.

Márquez destacou, após a conclusão da conferência nacional das Farc, que com o apoio unânime se reafirma a "coesão interna" que tem o grupo e que, em sua opinião, sempre tiveram "em sua trajetória rebelde". Essa foi a décima e última conferência das Farc como grupo armado ilegal.

O acordo – alcançado em agosto em Cuba, após quase quatro anos de negociações – será assinado na próxima segunda-feira, num ato solene em Cartagena, pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko. Chefes de Estado da região também são aguardados, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado americano, John Kerry.

O acordo contempla o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político. Na coletiva de imprensa, Márquez não deu detalhes sobre a nova agremiação política, que deve ocupar dez assentos no Congresso, segundo prevê o pacto de paz.

Após a assinatura na semana que vem, o acordo ainda deverá ser referendado pelos colombianos num plebiscito marcado para o próximo dia 2 de outubro. Todas as pesquisas projetam a vitória do "sim" na consulta popular.

Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo das Américas, provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de deslocados internos.

LPF/ap/efe/rtr