Governo e Farc iniciam cessar-fogo definitivo na Colômbia
29 de agosto de 2016Entrou em vigor à meia-noite nesta segunda-feira (29/08) o cessar-fogo estabelecido entre as Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano. A trégua é fruto do histórico acordo de paz alcançado na semana passada em Havana, que marcou o fim de 52 anos do conflito armado que matou mais de 200 mil pessoas.
Neste domingo, o líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como "Timoschenko", confirmou em Havana – onde ocorreram as negociações intermediadas pelo governo cubano – o início do cessar fogo.
"Ordeno a todos nossos comandantes, a todas nossas unidades, a todos e cada um de nossos e nossas combatentes a cessar o fogo e as hostilidades de maneira definitiva contra o Estado colombiano a partir das 24h da noite de hoje", disse o chefe da guerrilha.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos comemorou o fim das hostilidades através do Twitter. "Neste 29 de agosto começa uma nova história para a Colômbia. Silenciamos os fuzis. Acabou a guerra com as Farc!", escreveu à meia-noite em ponto.
No mesmo horário, as redes sociais foram inundadas com mensagens sobre o fim das hostilidades, que muitos consideram "um novo amanhecer" no país.
O último cessar-fogo unilateral das Farc foi estabelecido no dia 20 de julho de 2015, como medida para gerar confiança durante processo de paz. O governo suspendeu bombardeios a acampamentos dos guerrilheiros, que diminuíram significativamente a intensidade do conflito.
Os acordos de paz fechados em Havana, após quase quatro anos de negociações, deverão ser assinados oficialmente pelo presidente Santos e Timochenko entre os dias 20 e 26 de setembro. No dia 2 de outubro, será submetido a aprovação dos colombianos através de consulta popular.
Para que o acordo de paz seja aprovado, a opção do "sim" deve obter pelo menos 13% do colégio eleitoral, ou seja, um mínimo de 4.396.626 votos.
O acordo de paz inclui questões complexas, como o acesso à terra para os agricultores pobres; garantias para a participação dos guerrilheiros desmobilizados na política; luta contra o tráfico de drogas; justiça e reparação; vítimas; fim do conflito e a implementação dos termos negociados.
RC/efe/lusa