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Europa é novo epicentro da pandemia de coronavírus, diz OMS

13 de março de 2020

Continente europeu registra mais casos diariamente do que a China reportava no auge do surto. Em novo alerta, Organização Mundial da Saúde diz que ainda não é possível prever como epidemia se desenvolverá.

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Em Milão, ruas estão sendo desinfetadas
Em Milão, ruas estão sendo desinfetadasFoto: picture-alliance/dpa/AP Photo/LaPresse/C. Furlan

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (13/03) que a Europa é o novo epicentro da pandemia de coronavírus e alertou que é impossível saber quando o surto atingirá seu pico.

"Neste momento, estão sendo registados na Europa mais casos todos os dias do que os reportados na China no auge da sua epidemia", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra, na Suíça.

A doença covid-19 já deixou mais de 5 mil mortos em todo o mundo. Mais de 132 mil casos já foram registrados em 123 países, a maioria, até o momento, na China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez em dezembro.

A diretora da unidade de doenças emergentes da OMS, Maria Van Kerkhove, afirmou ainda que não é possível prever como a pandemia se desenvolverá. "É impossível dizer quando atingirá o pico global. Esperamos que seja mais cedo do que mais tarde."

As declarações foram feitas num momento em que a Europa amplia suas medidas restritivas para tentar conter o avanço do coronavírus, com vários países suspendendo aulas e aumentando os controles nas fronteiras. Ghebreyesus disse que essas medidas podem ajudar, mas enfatizou que os países precisam adotar "uma abordagem abrangente".

O diretor-geral da OMS ressaltou ainda a necessidade de fazer mais para "detectar, proteger e tratar" os casos. "Não é possível combater o vírus sem saber onde ele está", acrescentou, pedindo que os países continuem descobrindo e isolando todas as infecções para romper as cadeias de transmissão.

"Qualquer país que analisa a experiência de outros países com grandes epidemias e pensa 'isso não acontecerá conosco' está cometendo um erro mortal", destacou Ghebreyesus.

Michael Ryan, que dirige o programa de emergências da OMS, afirmou que as chamadas medidas de distanciamento social são um "método testado e comprovado" para retardar a propagação do vírus, mas "não são uma panaceia" capaz de parar a transmissão de Sars-Cov-2 por conta própria.

"Como parte de uma estratégia global abrangente, existe espaço, especialmente dentro das fronteiras nacionais, para possíveis restrições de movimento entre regiões como vimos em certos lugares", disse Ryan. "Mas raramente há uma justificativa para proibições totais, a menos que o contexto e o risco definam isso."

Epicentro da epidemia na Europa, a Itália reportou nesta sexta-feira que o número de novas infecções ultrapassou 2,5 mil em 24 horas. No mesmo período, houve 250 novas mortes. Ao todo, o país já contabiliza cerca de 17,6 mil casos e 1.266 mortes.

Vários países europeus reforçaram nesta sexta-feira restrições para controlar a propagação do coronavírus. A Dinamarca e a Polônia fecharam suas fronteiras e proibiram estrangeiros de entrar sem territórios.  

"Todos os turistas e estrangeiros que não possam provar que têm uma razão válida para virem à Dinamarca não serão autorizados a entrar", declarou primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

Já na Polônia, estrangeiros residentes no país e poloneses que voltarem do exterior serão colocados em quarentena. Restaurantes e bares serão fechados, mas poderão fazer entregas em domicilio.

Toda a Catalunha, na Espanha, foi colocada em quarentena. A partir da meia-noite de sábado, ninguém poderá entrar ou sair da região de 7,5 milhões de habitantes, que já totaliza 509 casos da doença. O governo catalão anunciou que a medida é necessária para conter a epidemia.

Na Galícia, bares, cafés e restaurantes serão fechados ao público e só poderão oferecer serviços de entrega a domicílio. Em Madri, todos os estabelecimentos e lojas, "exceto as de alimentação e primeira necessidade", como farmácias e postos de combustíveis, também deveram permanecer fechados.

Paris segui o exemplo de outras cidades europeias e anunciou o fechamento de seus principais pontos turísticos, como a Torre Eiffel e o Museu do Louvre.

CN/rtr/afp/lusa/ap

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