Europa amplia restrições em meio a avanço do coronavírus
13 de março de 2020Diante do avanço do novo coronavírus, diversos países europeus anunciaram nesta quinta-feira (12/03) medidas restritivas para tentar conter a epidemia. Na Itália, cujo território inteiro foi posto em quarentena, o número de mortos passou de mil.
Segundo autoridades italianas, as mortes pelo coronavírus cresceram 23% em apenas 24 horas, chegando a 1.016. O número de casos registrou um aumento de 21,7% nesse mesmo período, passando de 15 mil. Foi o maior crescimento de infecções diárias desde o início do surto em 21 de fevereiro.
A Itália está em quarentena desde o início da semana. Na quarta-feira, o primeiro-ministro Giuseppe Conte decretou o fechamento do comércio, com exceção para supermercados, lojas de alimentos e farmácias. O país é o mais atingido pela epidemia na Europa.
Além da Itália, a Espanha também determinou nesta quinta-feira a quarentena de quatro cidades ao norte de Barcelona, na região de Igualada, devido a um surto significativo na área. É a primeira restrição desse tipo no país. Madri ordenou também o fechamento de escolas e universidades por duas semanas. As visitas em prisões foram reduzidas.
Com quase 2,9 mil infectados e 61 mortes, a França determinou nesta quinta-feira o fechamento de escolas, universidades e creches a partir da próxima semana por tempo indeterminado. O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ainda que pessoas com mais de 70 anos fiquem em casa.
Em pronunciamento, Macron afirmou que a luta contra a doença covid-19 precisa ser reforçada. "Estamos apenas no começo da crise", destacou. Ele anunciou ainda o adiamento de eleições locais marcadas para o próximo sábado e pediu que empresas permitam que funcionários trabalhem de casa.
O transporte público não será interrompido no país. Procedimentos médicos que não forem essenciais devem ser adiados para liberar funcionários de saúde e espaço em hospitais para o tratamento de casos graves de covid-19.
A Irlanda também anunciou o fechamento de escolas, universidades e instituições culturais até 29 de março. O governo irlandês determinou o cancelamento de eventos com mais de 100 pessoas em locais fechados e mais de 500 pessoas em locais abertos.
A Holanda também fechou as portas de seus principais museus até o fim do mês e proibiu reuniões públicas de mais de 100 pessoas.
Portugal seguiu na mesma linha e ordenou a suspensão das aulas até antes da Páscoa. Além disso, o governo determinou o fechamento temporário de casas noturnas e limitou as visitações em asilos.
Já a Bélgica, além de suspender aulas e cancelar eventos culturais, determinou o fechamentos de bares e restaurantes a partir de sábado. Lojas deverão funcionar somente durante a semana, com exceção de supermercados e farmácias. "Isso não é um isolamento. Queremos evitar situações como na Itália. Essas medidas são para evitar a quarentena", disse a premiê belga, Sophie Wilmes.
A Alemanha reforçou o controle na fronteira com a França. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, pediu nesta quinta-feira que eventos com mais de mil pessoas sejam cancelados, além daqueles menores que não sejam estritamente necessários.
Caberá aos estados do país decidir sobre o fechamento de escolas e jardins de infância. Merkel disse, porém, que as férias de Páscoa em abril poderiam ser antecipadas. O governo alemão também recomendou que os hospitais deem prioridade aos pacientes com covid-19, cancelando operações e tratamentos que não sejam estritamente necessários.
"Enfrentamos uma situação excepcional em todos os aspectos, e eu diria que é mais excepcional do que a crise financeira de 2008", afirmou Merkel.
Em Berlim, todos os museus e espaços culturais públicos ficarão fechados até 19 de abril. O número de casos de coronavírus na Alemanha chegou a 2.369, com cinco mortes registradas.
Alguns países adotaram restrições de viagens. A Eslováquia proibiu a entrada de todos os estrangeiros, com exceção de poloneses. A República Tcheca também limitou a entrada de cidadãos de 15 países.
Já a Áustria expandiu o alerta de viagem para todos os países do mundo e pediu que austríacos voltem para casa o quanto antes. "Desencorajamos fortemente todas as viagens que não são urgentes", disse o ministro austríaco do Exterior, Alexander Schallenberg, acrescentando que restrições de viagem podem ser decretadas em breve.
CN/rtr/dpa/afp/ap/ots
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