EUA acham restos humanos em avião que saiu de Cabul
18 de agosto de 2021Militares americanos afirmaram ter descoberto restos humanos no trem de pouso de um de seus aviões que partiu do aeroporto de Cabul, seguido por centenas de afegãos em pânico por causa da volta do Talibã ao poder. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17/08) pela Força Aérea dos EUA, que abriu uma investigação sobre o incidente.
"Além dos vídeos colocados online e dos relatos de imprensa de pessoas que caíram do avião durante a partida, foram encontrados restos humanos no trem de pouso do C-17, quando pousou na base aérea de Al Udeid, no Catar", disse a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Ann Stefanek, sobre o voo ocorrido na segunda-feira.
"A investigação será minuciosa, para que possamos apurar todos os fatos sobre este trágico incidente", acrescentou em comunicado.
Pessoas caindo
A Força Aérea dos EUA irá examinar todos os vídeos que circulam nas redes sociais do avião de transporte C-17, no momento em que centenas de pessoas perseguiram a aeronave, algumas tentando desesperadamente agarrar-se aos flancos ou às rodas. Outro vídeo mostrou a mesma aeronave em voo sobre Cabul e o que parecia ser duas pessoas caindo do avião, já em grande altitude.
A porta-voz da Força Aérea dos EUA não adiantou um número total de mortos nem confirmou relatos de que uma pessoa foi esmagada pelas rodas do avião antes da decolagem.
Segundo a Força Aérea americana, o C-17 tinha transportado para Cabul na segunda-feira equipamento para os reforços militares americanos, enviados para o Afeganistão para assegurarem retiradas de civis.
Antes que a tripulação pudesse desembarcar o material, a aeronave foi cercada por centenas de afegãos que tinham rompido as barreiras de segurança, conforme os militares. Por causa do rápido agravamento da situação em termos de segurança, a tripulação teria então optado por levantar voo novamente o mais rapidamente possível.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares americanas e da Otan.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na Otan.
Face à brutalidade e interpretação radical do islã que marcou o regime anterior do Talibã, os radicais islâmicos têm assegurado aos afegãos que a "vida, a propriedade e a honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
md/lf (Lusa, Reuters)