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Espanha e Chipre têm notação financeira rebaixada

14 de junho de 2012

Ao tomar empréstimo de 100 bilhões de euros para salvar bancos, Espanha aumenta a dívida e o risco dos investimentos, avalia agência. Rebaixamento do Chipre foi justificado por sua forte relação econômica com Atenas.

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Foto: picture-alliance/dpa

A agência de rating Moody's rebaixou a nota de crédito da Espanha nesta quarta-feira (13/06). O país saiu do atual A3 (notável baixo) para Baa3 (aprovado baixo), apenas um nível acima do chamado "grau de especulação".

Segundo a agência, a queda de três níveis é uma consequência direta do anúncio do novo empréstimo de 100 bilhões de euros que os espanhóis receberão da União Europeia para tentar salvar seus bancos, aumentando assim a dívida do país.

A Moody's informou ainda que um novo rebaixamento pode acontecer nos próximos três meses. A pequena agência Egan-Jones também anunciou a quarta redução da avaliação da Espanha desde abril.

O Chipre, outro Estado-membro da zona do euro, também teve sua nota rebaixada pela agência norte-americana em dois níveis, chegando a Ba3 (especulativo), com risco de novas reduções nos próximos meses. Com isso, os créditos tomados pelos dois países deverão ficar ainda mais caros.

O rebaixamento do Chipre foi justificado por sua forte relação econômica com a Grécia, que corre risco de deixar a zona do euro após as eleições no país neste fim de semana. A ilha enfrenta uma dura recessão e, segundo o vice-ministro Europeu, Andreas Mavroviannis, também poderá pedir uma ajuda de até 4 bilhões de euros à UE.

Alvo no G20

Os espanhóis deverão enfrentar uma série de questionamentos na cúpula do G20, no México, na semana que vem. O ministro mexicano das Finanças, José Antonio Maede, já declarou que o grupo dos 20 países mais industrializados e os emergentes querem esclarecimentos da Espanha sobre como os 100 bilhões serão usados.

Em um pedido entregue aos presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, pediu que o Banco Central Europeu retome a compra de títulos públicos espanhóis. Há cerca de seis meses, a compra de títulos feita pelo BCE ajudou a pressionar os juros sobre os papéis.

Itália também ameaçada

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, voltou a pedir ao Parlamento italiano que avance na aprovação das reformas enviadas pelo Executivo a fim de evitar que o país se torne a próxima vítima da crise da dívida. Já nesta quinta-feira, a Itália enfrenta uma prova de fogo: o governo pretende obter alguns bilhões de euros no mercado de capitais, com juros que poderão ultrapassar a marca de 5% para empréstimos com prazo de três anos – em meados de maio este índice era de 3,9%.

O mercado financeiro acredita que o governo italiano terminará por também pedir ajuda financeira à UE. Eles apostam que o país não suportará por muito tempo os altos juros cobrados por novos recursos no livre mercado.

Na noite desta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, para falar sobre a crise no bloco. O norte-americano defendeu que os europeus disponibilizem mais dinheiro a seus membros para estabilizar a situação na região.

MSB/rtr/dpa/ap
Revisão: Roselaine Wandscheer