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PolíticaFrança

Deputado de 27 anos será líder da extrema direita francesa

5 de novembro de 2022

Partido Reagrupamento Nacional escolhe Jordan Bardella como sucessor de Marine Le Pen. Ele será o primeiro chefe da legenda de extrema direita que não carrega o sobrenome Le Pen – apesar de namorar integrante da família.

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Marine Le Pen e Jordan Bardella
Foto: Alain Jocard/AFP/Getty Images

O partido de extrema direita francês Reagrupamento Nacional (RN) escolheu neste sábado (05/11) o eurodeputado Jordan Bardella, de 27 anos, como seu novo líder. Ele vai suceder a líder de longa data do partido, Marine Le Pen.

Bardella, que já vem atuando como chefe interino da legenda ultradireitista, obteve cerca de 85% dos votos dos membros da sigla. Seu adversário na disputa era Louis Aliot, prefeito de Perpignan e ex-companheiro de Le Pen, que recebeu 15% dos votos.

Le Pen deixou a liderança do RN em 2021 para concorrer às eleições presidenciais da França em abril deste ano, nas quais ela sofreu sua terceira derrota consecutiva.

A eleição de Bardella marca a primeira vez desde a fundação do partido, há 50 anos, que ninguém da família Le Pen estará no comando da sigla. O jovem eurodeputado, no entanto, vive um relacionamento com a sobrinha de Marine Le Pen.

Quem é Jordan Bardella

Criado pela mãe italiana em um bloco de habitação social nos arredores de Paris, o jovem Bardella ascendeu rapidamente nas fileiras do partido.

Jordan Bardella
Bardella já é chefe interino do partido Foto: Berzane Nasser/ABACA/picture alliance

Ele promove uma imagem elegante, raramente é visto sem terno e causou impacto com performances afiadas em debates eleitorais neste ano.

Por outro lado, Bardella enfrentou críticas de Aliot, um veterano no RN, que o acusou de encorajar grupos supremacistas brancos que, segundo ele, não podem ser tolerados por um partido que tenta provar ser capaz de unir o país.

Bardella acusou Aliot de "amargura e má fé", insistindo que seu objetivo é conquistar mais apoiadores de partidos tradicionais de direita e esquerda.

O destino de Le Pen

A deputada federal Marine Le Pen não conseguiu derrotar o presidente Emmanuel Macron nas eleições de abril, mas ainda assim transformou seu partido numa força considerável desde que assumiu o lugar de seu pai, Jean-Marie Le Pen, há 11 anos.

Desde então, ela promoveu uma política de limpeza da imagem da legenda, abertamente de extrema direita e que em 2018 mudou seu nome de Frente Nacional para Reagrupamento Nacional.

Esforços para abandonar seu legado de visões antissemitas e extremistas virulentas ajudaram os candidatos do RN a conquistar 89 assentos na Assembleia Nacional após a reeleição de Macron, impedindo que o partido centrista do presidente conquistasse uma maioria absoluta.

Com Bardella atuando como presidente do partido, Le Pen planeja se concentrar em liderar o grupo do RN no parlamento nacional, onde conta com uma plataforma poderosa para uma potencial quarta corrida à Presidência em 2027.

ek (AFP, DPA, Reuters)