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CeBIT

18 de novembro de 2010

Edição 2011 da feira terá plataformas segmentadas por perfil de visitantes e expositores. Hannover Messe espera maior participação do Brasil. Em maio, estreia versão brasileira da CeBIT em Porto Alegre.

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Foto: DW/Behzad Keshmiripour

A sigla CeBIT é sinônimo de novidade, geralmente de seus expositores. Mas em 2011 ela própria estará inovando. Atendendo a uma demanda crescente e após três anos de análise e planejamento, a administradora Hannover Messe irá estrear, de 1º a 5 de março de 2011, a segmentação da maior feira internacional de tecnologia da informação, telecomunicações, softwares e serviços do mundo em quatro plataformas para os diferentes perfis de expositores e visitantes: pro, gov, lab e life.

A inovação foi apresentada nesta quinta-feira (18/11) em São Paulo pelo vice-presidente da CeBIT, Reinhold Umminger, especialista em mercado TIC (tecnologia da informação e comunicações) na América Latina.

"A feira cresceu muito. Em 2010, recebemos quase 4160 expositores e 334 mil visitantes de 83 países. Alguns nos informaram enfrentar dificuldades em localizar e visitar os expositores que lhes interessavam, espalhados por diversos pavilhões. Com a segmentação, os visitantes já saberão que área da feira deverão visitar conforme seus objetivos", explicou Brena Bäumle, diretora da Hannover Fairs Sulamerica, subsidiária brasileira da Hannover Messe.

A CeBIT pro ocupará aproximadamente a metade da área da feira e se destinará sobretudo às empresas, das pequenas às grandes multinacionais, oferecendo-lhes soluções tecnológicas profissionais.

A CeBIT life terá a segunda maior área, e visa ao usuário individual, tanto aos profissionais liberais do setor de TIC, quanto aos amantes da alta tecnologia. "Como feira de negócios, a CeBIT sempre esteve voltada para as necessidades dos clientes empresariais, mas existem cada vez mais profissionais autônomos nesta área. Era preciso buscar uma forma de tê-los no evento", justificou Bäumle.

Reinhold Umminger
Reinhold UmmingerFoto: Fabiola Malavazi

Menores, a CeBIT gov enfocará aplicações e soluções para a gestão pública, enquanto a variante lab concentrará universidades e instituições de pesquisa. "Elas sempre contribuem na feira, mostrando o que virá no futuro. Muitos empresários e executivos procuram novidades nos estandes destas instituições e, achando, se interessam por firmar parcerias. Muitas vezes é mais vantajoso associar-se a elas do que iniciar uma nova pesquisa na própria empresa", observou Umminger.

Participação brasileira

Umminer espera ver mais expositores brasileiros em Hannover em 2011. Após longa estagnação em números baixos, a presença ampliou-se nos últimos anos, chegando a 45 na edição passada. De longe, a maior participação latino-americana, à frente do México com apenas 15.

Ao todo, a América Latina se fez presente com 85 expositores. "É muito pouco para o significado do subcontinente", sentenciou o diretor da Hannover Messe. Segundo Umminger, os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) respondem por 13% do mercado mundial de TIC, uma boa fatia se comparada à de 28% dos EUA e 25% de todos os países europeus juntos.

O alemão ressaltou ainda que 66% do mercado europeu estão no setor de serviços, no qual empresas brasileiras despontam como competitivas. Além disso, 74% dos visitantes da feira possuem autonomia para fechar negócios. "Há um grande mercado aguardando os fornecedores brasileiros", afirmou.

Umminger disse que a Hannover Messe gostaria de ver o Brasil como país parceiro da CeBIT em 2012 ou 2013, fazendo jus à sua importância no mercado mundial de TIC. Segundo o diretor, o mercado brasileiro do setor é da ordem de 30 bilhões de euros, enquanto o turco gira em torno de 18 bilhões. A comparação deve-se ao fato de a Turquia ser o país parceiro de 2011, tendo reservado, nesta condição, 50 estandes.

Como nos últimos anos, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e a Softex, através da Softsul, estão organizando para 2011 um estande coletivo para 20 expositores brasileiros, sobretudo pequenas e médias empresas, além de oferecer possibilidade de empresários e executivos do setor participarem da comitiva para visitas orientadas e rodadas de negócios. O maior expositor individual brasileiro deverá ser novamente a Perto, empresa de automação bancária. "Estamos otimistas de que teremos novo recorde de expositores brasileiros na CeBIT", disse Tatiane Mizetti, gerente de comunicação da Softsul.

CeBIT ganhará versão brasileira

Mais um sinal da relevância mundial do setor brasileiro de TIC será a estreia em maio de 2011 em Porto Alegre da feira BITS (Business IT South America), com a chancela da CeBIT. A Hannover Messe aposta que a feira será a mais importante plataforma para a indústria de TI e telecomunicações em toda a América do Sul. Já há a confirmação de expositores nacionais, como Alfamídia, Neogrid, Human Mobile e Advanced IT, quanto globais, como Cisco, Dell, Altitude e Fujitsu. A BITS terá ainda um pavilhão internacional e outro exclusivo para empresas alemãs.

O evento, que deverá ser anual, também terá, a exemplo da CeBIT alemã, rodadas de negócios e conferências com o mais alto escalão das empresas brasileiras e estrangeiras de TI e telecomunicações. Claudiney Santos, diretor da Converge Comunicações, parceira na organização da BITS, estima que a primeira edição da feira vá receber de 8 a 10 mil visitantes profissionais.

Além de brasileiros, espera-se muito público dos demais países do Cone Sul. A Hannover Messe, por sua vez, irá promover a BITS em todo o mundo. De acordo com Santos, já está vendida quase a metade dos 5 mil metros quadrados reservados para a feira e estuda-se a ampliação da área de exposição para 7,5 mil metros quadrados.

Autor: Marcio Weichert
Revisão: Roselaine Wandscheer