CeBIT 2010
2 de março de 2010Menos expositores, menos visitantes, menos atenção: a maior feira mundial de tecnologia da informação busca um novo perfil. Se há 10 anos a CeBIT de Hannover ainda atraía 800 mil visitantes, em 2009 este número já havia se reduzido à metade.
Com 4.157 expositores de 68 países, a edição de 2010, que acontece de 2 a 6 de março, atingiu o número mais baixo de participantes dos último 20 anos. Uma das causas disso é o grande número de feiras paralelas: praticamente cada segmento do setor tem hoje um evento próprio.
Mas para Wolfram von Fritsch, presidente da Deutsche Messe AG, empresa que organiza a CeBIT, o fato de a feira ter menos participantes não significa que ela tenha perdido importância. "A relevância da CeBIT é ainda maior do que quando ela atraía 800 mil pessoas e ela vai continuar sendo a maior feira mundial de business to business da indústria de tecnologia da informação e da comunicação", avalia Fritsch.
Tendências do mundo conectado
Apesar do menor número de expositores, 300 deles estão em Hannover pela primeira vez, entre os quais o Google e a Amazon, maior empresa mundial de comércio eletrônico.
Em 2010, o tema central da CeBIT é "Connected Worlds" (mundos conectados) e a ideia é mostrar como, aos poucos, desaparecem os limites entre trabalho e lazer, entre aplicações para computadores portáteis e fixos, entre online e offline.
Segundo Jürgen Kuri, vice-chefe de redação da revista alemã de informática c't, há dois campos temáticos de destaque nesta edição da feira: "naturalmente, a internet móvel, que é acessível de qualquer lugar e disponibiliza dados em tempo real, e a chamada Cloud Computing (computação em nuvem), em que dados e aplicações são armazenados na rede".
Outra atração é a "casa do futuro", um apartamento de 400 metros quadrados, com cozinha, sala de estar e área de ginástica, completamente conectados: um assistente de energia ajuda a economizar no consumo de luz e do sistema de calefação, um ajudante digital de cozinha ajuda a manter uma alimentação saudável, e outro assistente dá conselhos práticos para a manutenção da forma física.
Também estão sendo expostas as novidades nas áreas de educação, com a "sala de aula digital", e os avanços do governo digital, que aumentam as possibilidades de comunicação entre as administrações públicas e os cidadãos.
Internet na televisão
A CeBIT continua sendo imperdível para aficionados em tecnologia. Os monitores de televisão apresentados na feira impressionam não só pelo tamanho e pela nitidez da imagem, mas também pelas inúmeras funções extras embutidas.
A tevê de alta definição (HDTV) e conteúdos de internet oferecidos na tela estão entre as principais atrações, assim como receptores de satélite conectados à rede. Também há um pavilhão dedicado ao mercado de soluções 3D, impulsionado pelo filme Avatar.
Tudo o que se relaciona a música e internet pode ser visto no pavilhão CeBIT Sounds, onde o visitante encontra não só as novidades do setor, mas também pode assistir a apresentações ao vivo.
Espanha e Brasil presentes
A Espanha, um dos cinco principais países europeus em termos de tecnologia de ponta, é o país de destaque da CeBIT 2010. Mas também o Brasil contará com dois estandes coletivos.
Segundo José Antonio Antonioni, diretor presidente da Softsul (Associação Sul-Riograndense de Apoio ao Desenvolvimento de Software), "a imagem do Brasil no exterior fortaleceu-se a partir da sua capacidade de recuperação econômica global em 2009. Este fato potencializa o momento de realização da CeBIT 2010 como oportunidade para as empresas brasileiras".
Segundo uma pesquisa divulgada pelo Observatório Europeu de Tecnologia da Informação (Eito), o mercado brasileiro de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) deverá crescer este ano 6,2% em relação a 2009.
Ainda com base na mesma pesquisa, Constantino Bäumle, diretor da Hannover Fairs do Brasil, acredita que os gastos com TI se intensificarão em 2010, juntamente com a recuperação da economia global. "Entre os segmentos mais promissores do setor no país, o Eito destaca o de serviços, cujo volume de mercado aumentou de 8 bilhões de euros em 2006 para 10,7 bilhões de euros em 2009 e continua em forte crescimento", diz Bäumle.
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Revisão: Rodrigo Rimon