Belarus condena ativista Kolesnikova por "extremismo"
6 de setembro de 2021Uma corte de Belarus condenou nesta segunda-feira (06/09) a ativista bielorrussa Maria Kolesnikova a 11 anos de prisão. A União Europeia classificou o caso como um "desrespeito flagrante" dos direitos humanos, e exigiu a libertação imediata e incondicional.
Acusada pelas autoridades belarussas de tentativa de tomada do poder e de extremismo, Kolesnikova tem sido uma figura-chave da oposição na liderança das manifestações após a disputada vitória eleitoral do presidente Alexander Lukashenko, em 9 de agosto de 2020.
"Para muitos, Maria se tornou um exemplo de resistência e da luta entre o bem e o mal. Estou orgulhoso dela'', disse à agência Associated Press Alexander Kolesnikov, pai da ativista. "Não é um veredicto, mas sim a vingança das autoridades.''
Kolesnikova foi presa em setembro de 2020, quando o governo de Belarus tentou expulsá-la do país. A agência de segurança nacional chegou a levá-la até a fronteira com a Ucrânia, mas Kolesnikova rasgou seu passaporte e voltou para Belarus, onde foi detida.
Repressão de dissidentes em Belarus
Antes de ser presa, a jovem de 39 anos foi flautista da orquestra sinfônica belarussa e promotora de projetos culturais. Ela também viveu vários anos em Stuttgart, na Alemanha.
Ela então se juntou à campanha eleitoral do ex-banqueiro Viktor Babariko, o qual foi condenado a 14 anos de prisão em julho, numa tentativa do regime de Lukashenko de reprimir figuras oposicionistas após o polêmico pleito.
Na abertura de seu julgamento, no início de agosto, Kolesnikova dançou e sorriu em gestos contínuos de provocação ao regime de Lukashenko.
Milhares de opositores políticos já foram presos em Belarus, e muitos que fugiram do país agora vivem no exílio. Nas últimas semanas, as autoridades têm mirado sobretudo jornalistas e ativistas pró-democracia.
Num caso recente, a velocista olímpica belarussa Krystsina Tsimanouskaya, que se manifestara contra Lukashenko, recebeu ordens de voltar para casa quando participava dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela se recusou a embarcar no avião, contudo, afirmando que corria perigo, caso retornasse. A atleta vive agora em exílio na Polônia, que lhe concedeu um visto humanitário.
ip/av (AP/Dpa)