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Ativistas voltam a pintar colunas do Portão de Brandemburgo

16 de novembro de 2023

É a segunda ação do tipo em dois meses. Grupo diz que protestos continuarão enquanto a Alemanha queimar combustíveis fósseis, e prefeito de Berlim avisa que os enviará a conta da limpeza do monumento.

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Policial conduzindo homem ao lado do monumento
Manifestante é detido após pintar colunas do monumento com tinta laranjaFoto: Annette Riedl/dpa/picture alliance

As colunas do Portão de Brandemburgo, um dos principais monumentos de Berlim, voltaram a serem tingidas de laranja nesta quinta-feira (16/11) durante um protesto de ativistas do clima.

Um ação semelhante havia sido realizada em setembro, resultando na detenção de 14 membros do grupo Die Letze Generation (A Última Geração), conhecido por protestos midiáticos e que cobra do governo alemão que tome medidas mais drásticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, incluindo o fim do uso de todos os combustíveis fósseis até 2030 e a imposição de um limite geral de velocidade nas autoestradas.

O protesto de setembro usou tinta laranja e vermelha espirrada com o uso de extintores de incêndio, e atingiu as seis colunas do lado voltado ao leste do monumento finalizado em 1791. Especialistas em limpeza ainda trabalhavam para remover as cores quando os ativistas, nesta quinta-feira, pintaram o lado oeste do monumento – mas, desta vez, eles usaram pincéis, e em apenas duas colunas.

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Policiais presentes no local detiveram dois manifestantes. Os especialistas contratados para limpar o outro lado do monumento atuaram rapidamente e já removeram a tinta aplicada nesta quinta-feira, segundo a emissora pública RBB.

O grupo Die Letze Generation compartilhou um vídeo de um jovem com um pincel e tinta, no qual ele afirma: "O Portão de Brandemburgo seguirá laranja. Estamos de volta ao Portão de Brandemburgo com tinta. Enquanto a Alemanha queimar óleo, gás e carvão, nós voltaremos". O ativista disse ainda que o "monumento nacional" agora seria também "um monumento aos erros na catástrofe do clima".

Prefeito afirma que mandará a conta da limpeza

O prefeito de Berlim, Kai Wagner, do partido de centro-direita União Democrata Cristã (CDU), afirmou no X, ex-Twitter, que qualquer pessoa que "desdenhar" dos berlinenses dessa forma "sentirá as consequências". "A fatura da limpeza chegará."

Em relação ao ato realizado em setembro, uma limpeza normal com água quente pressurizada não funcionou para remover a tinta, e um andaime teve de ser montado para a adoção de outras técnicas. O custo foi estimado em pelo menos 115 mil euros (R$ 610 mil).

O que é o Die Letzte Generation?

O grupo Die Letzte Generation foi fundado em 2021 após uma greve de fome de sete ativistas, o que rendeu um encontro com o hoje chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, na época candidato ao cargo pelo Partido Social-Democrata (SPD).

Argumentando que Scholz não colocou em prática as exigências que teriam sido acordadas, os manifestantes começaram com protestos mais intensos e seguidos a partir do começo de 2022, que incluíram atirar tinta em obras de artes famosas e ativistas se colando no asfalto de ruas, avenidas e pistas de aeroportos.

Portão de Brandenburgo com as colunas tingidas de vermelho e laranja
Portão de Brandenburgo tingido após protesto de ativistas do clima em setembro Foto: Paul Zinken/dpa/picture alliance

Em julho, alguns ativistas colaram as mãos na pista de diversos aeroportos da Alemanha, bloqueando pousos e decolagens por algumas horas.

Conforme o site da organização, o Letzte Generation tem grupos locais espalhados por mais de 60 cidades da Alemanha. Embora não se saiba ao certo, estima-se que o número atual de membros seja de 1.200 integrantes ativos, de acordo com informações do jornal alemão Die Zeit.

Uma reportagem publicado no site do periódico aponta que o grupo recebeu em torno de 900 mil euros em doações em 2022 e gastou cerca de 535 mil. Os custos incluem aluguéis, carros, computadores e telefones celulares, além de materiais para protestos, como cola, papel e cartazes.

Entre as exigências dos integrantes estão a imposição de um limite de 100 km/h nas rodovias alemãs – conhecidas como Autobahn, muitas delas não têm limite, o que aumenta o consumo de combustível – e também a instituição de um bilhete de transporte nacional mensal de 9 euros de forma permanente.

Membros do Die Letzte Generation também acusam o governo alemão de "impotência política" e tentam levar o clima e as mudanças climáticas ao topo da agenda social por meio de um conselho.

bl/le (ots)