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Violência policial continua a manchar os protestos

tm | DW (Deutsche Welle) | com agências
4 de novembro de 2024

Tensão pós-eleitoral escalou no fim de semana. Desde o início dos protestos, o registo é de dez mortos e dezenas de feridos. Celso Correia, da FRELIMO, diz que direito ao protesto deve "coexistir com outros direitos".

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Mosambik I Maputo - Protest gegen die Ergebnisse der Präsidentschaftswahlen 2024
Foto: Alfredo Zuniga/AFP

Em Maputo, a polícia usou gás lacrimogêneo no sábado (02.11) para dispersar manifestantes, relataram testemunhas. Na cidade da Beira, apoiantes do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a segunda maior força da oposção, realizaram uma marcha que juntou cerca de 5 mil pessoas por "justiça eleitoral".

Segundo José Manuel Domingo, cabeça-de-lista do MDM na província de Sofala, denuncia que "em Moçambique muitos empresários estão aí para agudizar o desemprego. O custo de vida está a subir. Tudo é monopólio deles, os recursos minerais estão em nome deles, dos filhos e dos sobrinhos, em vez de resolver o problema do povo."

Também em Lisboa, Portugal, cerca de duas centenas de pessoas marcharam para contestar a violência em Moçambique e a liderança no país.

Outras reações da comunidade internacional também vieram neste domingo, com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a pedir diálogo político e moderação de todos os lados para enfrentar a crise pós-eleitoral em Moçambique.

Diante de rumores sobre a presença de tropas ruandesas em Maputo no contexto pós-eleitoral, o Governo de Ruanda desmentiu a presença das suas forças na capital moçambicana.

Além da violência registada nos últimos dias, o Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) afirma que o Estado moçambicano tem restringido o acesso à internet no país para impedir a mobilização.

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, pede diálogo político e moderação
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, pede diálogo político e moderaçãoFoto: FREDERICK FLORIN/AFP

Reação da FRELIMO

Por sua vez, falando sobre os protestos, Celso Correia, ministro da Agricultura e membro da FRELIMO, criticou os episódios de violência, e ressaltou que o direito ao protesto deve "coexistir com outros direitos fundamentais".

Em contrapartida, "agradecendo a Deus" e aos seus apoiantes, o opositor Venâncio Mondlane, falou através da rede social YouTube, neste domingo (03.11), que as manifestações tem sido um sucesso. Segundo um comunicado do partido Podemos divulgado ontem, mais uma marcha está prevista para para esta segunda-feira (04.11) em Maputo.

O candidato presidencial independente Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido, afirmou: "Voltamos a paralisar amanhã segunda-feira em grande intensidade. Nem as 'moscas' queremos ver nas cidades, nos distritos ou vilas."

Os confrontos pós-eleitorais têm se intensificado desde que Mondlane, que tem grande apoio popular, sobretudo entre os jovens, apelou a uma greve geral e manifestações durante uma semana em Moçambique, desde 31 de outubro que devrão culminar com uma grande marcha em Maputo a 7 de novembro - na qual já disse que estará presente.

PODEMOS: Jovens de Quelimane marcham a pé para Maputo