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Moçambique: Pelo menos 47 pessoas baleadas em manifestações

Lusa
29 de outubro de 2024

Dados divulgados, esta terça-feira, pela plataforma eleitoral Decide dão conta ainda que pelo menos 11 pessoas morreram durante as manifestações dos últimos dias em Moçambique.

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Protestos em Moçambique
Segundo plataforma eleitoral Decide, pelo menos 11 pessoas morreram durante protestos em MoçambiqueFoto: Siphiwe Sibeko/REUTERS

A plataforma eleitoral Decide disse, esta quinta-feira (29.10), que pelo menos 47 pessoas foram baleadas durante as manifestações de contestação das eleições em Moçambique da última semana.

"Foram também registados cerca de 47 casos de baleamentos pela polícia, sendo, desse número, 46 civis e um polícia nas províncias de Maputo, Manica, Tete, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Niassa", lê-se num comunicado de atualização de dados sobre as manifestações, divulgado na página do Facebook da organização não-governamental moçambicana.

11 mortos durante protestos

Segundo a plataforma, entre os dias 21 e 27, período em que se registaram os protestos, pelo menos 11 pessoas morreram, das quais cinco em Nampula, no norte de Moçambique, três em Manica, no centro, e outras três em Maputo, sul do país.

A ONG contabilizou ainda 464 casos de detenções ilegais durante as manifestações, de um total de 1.105 pedidos de intervenção em diferentes casos recebidos através da linha de denúncia disponibilizado pela entidade.

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"Grande parte [das detenções] foi reportada à Ordem dos Advogados de Moçambique, que procedeu com a soltura imediata de um pouco mais de 250 pessoas contabilizadas até então em quase todas províncias do país", refere a plataforma. 

Um pouco por todo o país foram registadas manifestações desde segunda-feira, maioritariamente violentas, em protesto contra os resultados das eleições de 09 de outubro, após convocação de paralisações pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não aceita os resultados, que dão vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), no poder.

Além de Mondlane, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação.

O candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), recusou igualmente os resultados, considerando que foram "forjados na secretaria", e prometeu uma "ação política e jurídica" para repor a "vontade popular".

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