CNE anuncia vitória de Chapo em Moçambique
24 de outubro de 2024A Comissão Nacional de Eleições (CNE) declarou oficialmente Daniel Chapo, candidato da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), como o vencedor das eleições presidenciais realizadas a 9 de outubro de 2024, resultados que ainda carecem da validação do Conselho Constitucional. Chapo sucederá a Filipe Nyusi e será o quinto Presidente da República de Moçambique, após conquistar vitórias expressivas em várias províncias do país.
Segundo os resultados do apuramento geral das eleições de 09 de outubro, anunciados pelo presidente da CNE, Carlos Matsinhe, em Maputo, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), venceu com mais de 50% dos votos em todos os círculos eleitorais do país, somando no total 4.912.762 votos.
Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos.
Na terceira posição da eleição presidencial ficou Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), até agora maior partido da oposição, com 403.591 votos (5,81%), seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).
Resultados por círculo eleitoral
Daniel Chapo obteve vitórias significativas em diversas províncias do país. Na cidade de Maputo, alcançou 53,68% dos votos, à frente de Venâncio Mondlane, que obteve 33,84%. Ossufo Momade registou 9,62% e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), ficou com 2,86%.
Na província de Maputo, Chapo obteve uma vitória expressiva, com 68,02%, seguido de Mondlane, que obteve 27,04%. Momade e Simango ficaram com 2,5% e 2,45%, respetivamente.
A província de Gaza mostrou-se um bastião para Chapo, que conquistou 84,59% dos votos, enquanto Mondlane obteve 11,47%. Momade e Simango tiveram resultados modestos, com 1,61% e 2,33%.
Em Inhambane, Chapo também saiu vitorioso, com 73,16%, seguido de Mondlane com 19,86%. Momade e Simango obtiveram 3,68% e 3,31%.
Na província de Sofala, Chapo obteve 65,54% dos votos, seguido de Mondlane com 24,27%. Momade conseguiu 3,25% e Simango, 6,94%.
Em Manica, o candidato da FRELIMO conquistou 66,71% dos votos, à frente de Mondlane, que obteve 24,65%. Momade registou 6%, e Simango 2,64%.
Na província de Tete, Chapo foi o vencedor com 84,42% dos votos, seguido de Mondlane com 10,84%. Momade teve 2,91% e Simango 1,83%.
Na Zambézia, Chapo obteve 73% dos votos, seguido de Mondlane com 14,17%. Momade e Simango conseguiram 9,82% e 3%, respetivamente.
Em Nampula, Chapo venceu com 59,58% dos votos, seguido de Mondlane com 25,59%. Momade obteve 11,17% e Simango 3,67%.
Na província de Cabo Delgado, Chapo obteve 65,81%, à frente de Mondlane com 22,64%. Momade registou 7,56% e Simango 3,99%.
Em Niassa, Chapo conquistou 68,95%, seguido de Mondlane com 18,51%. Momade teve 8,95% e Simango 3,59%.
Entre os eleitores da diáspora em África, Chapo também teve uma vitória clara, com 89,16% dos votos, seguido de Mondlane com 6,24%, Momade com 2,05% e Simango com 2,55%.
Nos votos da diáspora no resto do mundo, Chapo conquistou 50,46%, com Mondlane logo atrás com 47,8%. Momade e Simango ficaram com 1,01% e 0,72%, respetivamente.
Desafios e contestações
Simultaneamente, nas eleições legislativas, a FRELIMO manteve o domínio político, assegurando a maioria dos assentos na Assembleia da República. Esse resultado reforça o poder do partido e aumenta o controlo sobre o parlamento.
Apesar da confirmação dos resultados pela CNE, a validação final dos mesmos aguarda a decisão do Conselho Constitucional, que analisará eventuais recursos apresentados pela oposição. Daniel Chapo, enquanto isso, já começa a preparar-se para o seu mandato, enfrentando desafios imediatos como a redução da pobreza e a estabilização política. Esses temas foram centrais no seu discurso de campanha, tendo captado o apoio de uma grande parte da população.
A oposição, composta por Venâncio Mondlane, da coligação PODEMOS, e Ossufo Momade, da RENAMO, contestou os resultados logo na fase preliminar, alegando irregularidades no processo eleitoral e acusando o partido no poder de fraude. As acusações da oposição geraram um clima de incerteza, com vários partidos a exigirem maior transparência na contagem dos votos e na divulgação dos resultados.
Notícia em atualização…