Pancadaria entre membros da RENAMO deixa dois feridos
25 de novembro de 2020Duas pessoas ficaram gravemente feridas na sequência de confrontações internas entre membros da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na província de Tete, após uma marcha contra a liderança nacional do partido, ocorrida na segunda-feira na capital da província.
Os dois indivíduos, que são membros do partido na vila de Songo, foram atingidos por pedras e paus durante um confronto entre um grupo que contesta a liderança do presidente da RENAMO, Ossufo Momade, e outro que o apoia.
"Nós não vamos desistir [de exigir que Momade abandone a liderança do partido]", disse Hernâni da Silva, um dos lideres do grupo que contesta a liderança da RENAMO, ouvido esta terça-feira (24.11) pelo canal televisivo STV. Um número desconhecido de pessoas tiveram ferimentos leves no incidente.
O delegado político da RENAMO na província, Evaristo Sixpence, que esteve no local liderando o grupo que apoia Momade, acusa os manifestantes de não estarem alinhados com o partido, considerando que a sua intenção é desestabilizar a principal força de oposição em Moçambique.
"Quando soubemos que [os manifestantes] estavam lá aglomerados, fomos para lá. Nós não tínhamos intenção de bater. Quando chegamos lá, começou a pancadaria. Mas não era nosso desejo", declarou o delegado político da RENAMO à STV.
O principal partido de oposição em Moçambique tem atravessado uma crise interna desde que Ossufo Momade assumiu a presidência, na sequência da morte do líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, em maio de 2018.
A crise tornou-se notável, no centro do país, com as contestações de um grupo de guerrilheiros dissidentes do partido autoproclamado Junta Militar da Renamo, que exige a renegociação do acordo de paz assinado em agosto do último ano e a demissão do atual líder do partido, acusando-o de ter desviado o processo negocial dos ideais de Dhlakama.
Desde então, é o principal suspeito da morte de cerca de 30 pessoas em ataques contra autocarros, aldeias e elementos das Forças de Defesa e Segurança no centro do país.