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Angola: Como partidos comemoram os 49 anos de independência?

11 de novembro de 2024

Angola assinala hoje, 11 de novembro, os 49 anos da sua independência. Apesar de ser um dia de reflexão, a oposição, UNITA, queixa-se de exclusão nas comemorações. O MPLA destaca os desafios do "combate à pobreza".

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Bandeira de Angola
Angola assinala hoje, 11 de novembro, os 49 anos da sua independência. Foto: Sandra Quiala/DW

Para o partido no poder, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), os 49 anos da independência servem de reflexão. Mário Pinto de Andrade, secretário do Bureau Político para as reformas do Estado, Administração Pública e Autarquias, disse que os principais desafios do país já foram vencidos.

"Agora temos que trabalhar unidos para os desafios do desenvolvimento: desafios do combate à pobreza e da inclusão", explicou à DW.

Já o secretário-geral da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Álvaro Daniel, disse, sem gravar entrevista, que o seu partido vai celebrar os 49 anos como pode, e voltou a queixar-se da exclusão nos atos de comemoração da data que antecede os 50 anos da "dipanda" - como é chamada a independência de Angola.

Angola Adalberto Costa Junior, líder da UNITA
Angola Adalberto Costa Junior, líder da UNITAFoto: Borralho Ndomba/DW

"Inquietação"

Recentemente, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, já tinha apresentado igual inquietação. Numa conferência de imprensa em que falou do programa comemorativo do 11 de novembro de 2025, sublinhou que o MPLA, partido no poder, estava a aproveitar a data para exaltar os seus feitos. 

"A Frente Patriótica Unida (FPU) considera que a celebração dos 50 anos da independência Nacional, não pode ser um pretexto de calorificação do partido-Estado contra o Estado Democrático e de Direito nem de exaltação dos feitos e figuras do país-MPLA", disse,

"Achamos que essas comemorações têm que ser inclusivas e devem permitir uma reflexão coletiva sobre o nosso percurso como povo e como Estado", acrescentou.

Movimento que acabou com a ditadura salazarista foi ponto de virada não só na história de Portugal, mas também para países como Angola e Moçambique, então colónias
Movimento que acabou com a ditadura salazarista foi ponto de virada não só na história de Portugal, mas também para países como Angola e Moçambique, então colónias Foto: picture-alliance/dpa

Independência

O "percurso" para o alcance da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, contou com a participação de três movimentos de libertação, nomeadamente a FNLA, MPLA e UNITA.

Em 1992, com o nascimento do multipartidarismo, surgiram outros partidos políticos. Entre essas formações políticas continua a sobreviver o Partido de Renovação Social (PRS) - terceira maior força parlamentar em Angola nas eleições de Agosto de 2022.

Mas como os outros partidos, não históricos, vão comemorar os 49 anos da independência? À DW África, Manuel Fernandes, presidente da CASA-CE, constituída em 2012, explicou que farão "uma introspeção sobre os 49 anos, e o que foi conseguido até aqui", disse.

Manuel Fernandes, líder da CASA-CE
Manuel Fernandes, líder da CASA-CEFoto: Nelson Francisco Sul/DW

Paz e instabilidade social

"Como resultado apenas temos a assinalar a paz que até agora ainda é o maior ganho alcançado pelos angolanos, apesar de que, numa parte do território - Cabinda - não consegue vivenciar esse bem maior. Mas os desafios da instabilidade social continuam", afirmou.

Por outro lado, Manuel Fernandes acrescentou que se calaram apenas as armas, mas ainda não se conseguiu uma paz social. 

"Famílias angolanas continuam a gemer devido à inexistência de uma estabilidade social. Elas tomam o pequeno-almoço e não sabem se vão jantar", disse. "O que os trabalhadores ganham está totalmente corroído pela inflação e pela depressão da moeda", concluiu.

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