1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Zelenski acusa Rússia de cometer crimes de guerra em Kherson

13 de novembro de 2022

Após retirada das tropas russas da capital regional de Kherson, Kiev encontrou evidências de mais de 400 crimes de guerra cometidos por Moscou na região, afirma presidente ucraniano.

https://p.dw.com/p/4JSp5
Homem em frente a prédio com marcas de bala, em vila em Kherson
Foto: Celestino Arce Lavin/ZUMA/IMAGO

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse neste domingo (13/11) que as forças ucranianas que retomaram a cidade de Kherson encontraram evidências de mais de 400 crimes de guerra cometidos pelas tropas russas na região.

Moscou anunciou a retirada de suas tropas da cidade de Kherson ao longo da semana. O recuo representa um grande revés para a Rússia, já que essa era a única capital regional que os russos haviam capturado desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro.

Embora ainda existam forças russas na região de Kherson, o exército ucraniano relatou a retomada de várias cidades, incluindo a capital de mesmo nome, a cidade de Kherson.

"Na região de Kherson, o exército russo deixou para trás as mesmas atrocidades que em outras regiões do nosso país", disse Zelenski em discurso noturno. "Os investigadores já documentaram mais de 400 crimes de guerra."

O líder ucraniano acrescentou que "corpos de mortos estão sendo encontrados, tanto civis quanto militares". "Vamos encontrar e levar à justiça todos os assassinos. Sem dúvida."

Moradores da cidade expressaram um sentimento de profundo alívio com a retirada das tropas russas após meses de ocupação. Mas, conforme confirmou Zelenski, eles disseram que os invasores deixaram um rastro de destruição no local, posicionando minas e realizando saques – roubando até mesmo animais de um zoológico – antes de sua retirada humilhante da cidade.

"Deus vai puni-los. Todos eles. Por tudo o que fizeram", disse Svitlana Vilna, de 47 anos.

Moradores celebram chegada de soldados ucranianos em Kherson, após meses de ocupação russa
Moradores celebram chegada de soldados ucranianos em Kherson, após meses de ocupação russaFoto: Metin Aktas/AA/picture alliance

Prédios em ruínas e veículos militares destruídos podiam ser vistos na entrada da estratégica cidade portuária do Mar Negro, onde batalhas ocorreram apenas alguns dias antes. Um cheiro de madeira queimada pairava no ar, relataram locais.

"Peço que não esqueçam que a situação na região de Kherson ainda é muito perigosa", disse Zelenski. Segundo o presidente, um sapador ucraniano (soldado responsável por cavar fossos, trincheiras e galerias subterrâneas) foi morto ao remover uma mina, enquanto outros quatro ficaram feridos.

Zelenski afirmou ainda que trabalhadores estão se mobilizando para restaurar rapidamente a infraestrutura crítica destruída pelos russos, incluindo água, eletricidade, internet e links de televisão, bem como transporte e serviços postais.

Segundo o líder ucraniano, a "estabilização e a restauração da lei" já foram estabelecidas em 226 assentamentos, afetando mais de 100 mil residentes.

Enquanto os trabalhos para desativar minas continuam, um toque de recolher foi imposto e o movimento de entrada e saída da cidade foi limitado, disseram as autoridades locais.

Kherson foi uma das quatro regiões da Ucrânia que o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ter anexado ilegalmente em setembro.

Vários líderes ocidentais acusaram a Rússia de cometer crimes de guerra depois de ver a destruição em regiões das quais as forças de Moscou se retiraram ao longo da guerra, em meio a contraofensivas ucranianas. Autoridades ucranianas também relataram ter encontrado valas comuns nessas áreas.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) está atualmente investigando possíveis crimes de guerra cometidos pelas forças russas na Ucrânia.

ek (Reuters, AFP)