Verão em Colônia, uma cidade sobre o Reno
12 de agosto de 2006Chegando de manhãzinha em Colônia, pegue uma bicicleta e vá à Ehrenstrasse ou Rua da Honra. Antes se pergunte: o que vestir? Não porque as lojas que lá se encontram sejam chiques, caras e com uma clientela exclusiva. Elas são hype, fashion, cool.
É difícil encontrar adjetivos para descrever esta passarela urbana e seus atores, que juntamente com o carnaval corporificam o espírito de uma cidade tão jovem, apesar de ter sido fundada há dois mil anos pelos romanos, que a batizaram de Colônia Agripina em homenagem à mãe do imperador Nero que aí nasceu.
E se é na embriaguez da fumaça carnavalesca onde nasce a arte, Colônia é um dos lugares mais propícios para tal, e o único shopping center que se encontra nos arredores da Rua da Honra é um shopping de galerias de arte.
O que seria do rosa sem esta entrada?
Mas Colônia é uma cidade bastante democrática e, se estiver procurando marcas exclusivas, você poderá dar uma volta no quarteirão e passar na Mittlestrasse ou Rua do Meio, uma paralela à Rua da Honra. Lá encontrará as mais finas butiques e marcas.
Mas não é isto que torna a cidade do Reno uma cidade bastante especial, onde não é o chique que dá o tom, mas o original, o jovem e o alternativo.
Apesar de bastante tentador, você não deverá resumir seu passeio somente a compras. E, depois de ter visto tantos penteados coloridos, óculos escuros, botas e minissaias, você com certeza deverá estar com fome.
A mais brasileira de todas
Se você está com saudades de uma comida brasileira, em Colônia não faltam restaurantes típicos da terrinha. Andando um pouco mais na direção do Reno, você poderá comer uma coxinha de galinha no Café do Brasil ou almoçar uma feijoada no Amore Mio, mais conhecido como o Restaurante da Paulinha. Colônia é uma cidade repleta de brasileiros e não foi à toa que a cidade foi escolhida como sede da torcida brasileira durante a Copa 2006.
Por exemplo, se você quiser comer um camarão, você pode visitar o João. Ele não tem restaurante, mas para comer o camarão do João, você só precisa ser – amigo do João.
Nada como pegar uma praia
Se quiser ver o mar, você terá que viajar para a Holanda ou ir até o Mar do Norte. Uma das vantagens da globalização, entretanto, é a profusão de praias artificiais que se constroem todo verão nas margens dos rios de várias cidades alemãs.
Em Berlim, você poderá ir à Space Beach; em Düsseldorf, à Monkeys Island; mas, como você está em Colônia, você deverá se refrescar na Shark Island, ou Ilha do Tubarão.
Lá você poderá esticar suas pernas e comer uma boa paella, enquanto escuta o melhor da música eletrônica, uma outra especialidade da cidade renana.
Selos como a Kompakt ou Groove Attack e DJs como Hans Nieswandt, Jürgen Pappe ou Michael Meyer dão continuidade ao trabalho de um dos mais importantes moradores da cidade renana: o músico Karlheinz Stockhausen. E, por falar em música eletrônica, se prepare para a noite.
Festa na floresta
Embora clubes não faltem, o aconselho, principalmente no verão, a ficar de olho nos diversos festivais que acontecem na cidade. Entre eles o Soma e o c/o pop, que acontecem às margens do Reno no Jugendpark ou Parque da Juventude.
O Soma é um pouco mais alternativo e tem ares de festa do tipo Goa. O c/o pop nasceu para substituir um outro festival que se mudou para Berlim, chamado de Popkomm. Não teve jeito, o melhor ficou em Colônia.
São festas com jeito de domingo no parque, onde idade não importa. Papais, mamães e filhinhos, nos modelitos mais diversos, dividem o espaço da floresta até amanhecer. E, por falar em amanhecer, já é hora, pegue sua bicicleta e abrace o sol de Colônia. Quem sabe você tem sorte e ele nasce por entre as torres da catedral, símbolo-mor da cidade, ao torno do qual Colônia adolesceu e assim o deve continuar por muitos e muitos séculos.