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Unidade de elite alemã afasta sargento acusado de neonazismo

1 de dezembro de 2019

Investigação que apura presença de extremistas de direita nas Forças Armadas da Alemanha também mira em dois militares de tropa de elite acusados de fazer saudação nazista em uma festa.

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Tag der Bundeswehr 2018
Foto: picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

Um novo escândalo envolvendo a presença de neonazistas eclodiu nas Forças Armadas da Alemanha (Bundeswehr). Desta vez, o caso envolve membros da  unidade de elite militar Comando de Forças Especiais (KSK), segundo reportagem publicada neste domingo (01/12) pelo jornal Bild am Sonntag.

Um sargento da unidade militar foi apontado como suspeito de participação na cena extremista de direita e deve ser afastado nos próximos dias. O caso surgiu após uma operação do Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD). O sargento, que cumpriu várias missões no Afeganistão, passou a ser secretamente investigado pelo serviço depois que um informante fez uma denúncia.

Após um mês de investigações, o MAD recomendou que o oficial fosse imediatamente removido do Comando de Forças Especiais e impedido de continuar a servir na Bundeswehr. Ele deve deixar o posto na próxima semana.

Um porta-voz do Ministério da Defesa confirmou a investigação. Dois outros oficiais no Comando de Forças Especiais também estão no radar dos investigadores por suspeitas de ligação com extremistas de direita.

Eles foram acusados de fazer a saudação nazista em uma festa privada organizada pelo sargento do KSK que deve que ser desligado da unidade. Fazer a saudação nazista e exibir publicamente símbolos nazistas são ilegais na Alemanha.

Um dos oficiais já  foi suspenso de serviço há algumas semanas, informou a Bild am Sonntag. O outro ainda está sendo investigado.

O Comando de Forças Especiais é responsável por resgatar pessoas sequestradas, reféns ou que sofrem ameaças terroristas no exterior. Apenas 1.100 militares fazem parte deste comando, que é frequentemente solicitado pela Otan e pelos Estados Unidos para auxiliar em operações conjuntas antiterrorismo nos Bálcãs e no Oriente Médio.

Christof Gramm, chefe da MAD, informou recentemente que estão sendo investigados 20 soldados da unidade de elite por suspeitas de ligações com extremistas de direita.

Em setembro, os jornais do grupo Redaktionsnetzwerk Deutschland já haviam revelado que um memorando confidencial do vice-ministro da Defesa, Gerd Hoofe, enviado a um painel de supervisão parlamentar, havia alertadoque o número crescente de extremistas na unidade necessitava de "investigações".

Segundo o Redaktionsnetzwerk Deutschland, o problema seria particularmente grave entre paraquedistas e na base Franz Joseph Strauss, em Altenstadt, na Baviera. A base ficou conhecida na década de 1990, quando o MAD descobriu soldados celebrando o aniversário de Adolf Hitler e entoando hinos do partido nazista.

Fontes de segurança também haviam dito à revista alemã Der Spiegel que o número de soldados na unidade das forças especiais que tem simpatia pela extrema direita seria "extraordinariamente alto".

A pressão para investigar militares alemães suspeitos de ligação com grupos neonazistas e com a cena de extrema direita no país vem aumentando desde a eclosão do caso de Franco A, um soldado que chocou a Alemanha e a Áustria ao ser preso em 2017 tentando recuperar uma arma e munição que havia escondido no aeroporto de Viena. Explosivos também foram encontrados na ocasião.

O caso de Franco A. atraiu atenção generalizada em toda a Alemanha depois que informações surgiram de que ele armazenou memorabilia nazista em seu quartel, incluindo uma caixa de fuzil com uma suástica gravada. Ele foi acusado de planejar ataques a políticos do alto escalão e figuras públicas que acreditava serem "favoráveis a refugiados". Ele foi absolvido das acusações de terrorismo, mas condenado por violar a legislação sobre armas.

JPS/dpa/dw/ots

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