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Unidade de elite militar é suspeita de extremismo de direita

Elizabeth Schumacher cn
10 de setembro de 2019

Inquérito sobre a atuação de extremistas de direita na Bundeswehr passa a investigar tropa de elite que possui 1.100 membros. Comando sob suspeita participa de operações da Otan e costuma atuar ao lado de tropas dos EUA.

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Comando de Forças Especiais (KSK)
Unidade de elite da Bundeswehr, Comando de Forças Especiais (KSK)Foto: picture-alliance/dpa/M. Skolimowska

O Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD) da Alemanha ampliou a investigação sobre extremistas de direita na Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs, segundo noticiou a imprensa do país nesta terça-feira (10/09). O inquérito está concentrado na principal unidade de elite militar, o Comando de Forças Especiais (KSK), com sede na cidade de Calw.

Os jornais do grupo Redaktionsnetzwerk Deutschland revelaram um memorando confidencial do vice-ministro da Defesa, Gerd Hoofe, enviado a um painel de supervisão parlamentar alertando que o número crescente de extremistas na unidade necessitava de "investigações futuras". Hoofe destacou que o inquérito sobre extremistas de direita no KSK havia se tornada prioridade do MAD.

Fontes de segurança disseram a revista alemã Spiegel que o número de soldados na unidade das forças especiais que tem simpatia pela extrema direita seria "extraordinariamente alto".

Foram revelados nos últimos anos vários casos de grupos de extrema direita dentro da Bundeswehr, mas essa é a primeira vez que o KSK está sob suspeita. Apenas 1.100 militares fazem parte deste comando, que é frequentemente solicitado pela Otan e pelos Estados Unidos para auxiliarem em operações conjuntas antiterrorismo nos Bálcãs e no Oriente Médio.

Segundo o Redaktionsnetzwerk Deutschland, o problema seria particularmente grave entre paraquedistas e na base Franz Joseph Strauss, em Altenstadt, na Baviera. A base ficou conhecida na década de 1990 quando o MAD descobriu soldados celebrando o aniversário de Adolf Hitler e entoando hinos do partido nazista.

O MAD está investigando militares que tinham ligação com Franco A., um soldado que chocou a Alemanha e a Áustria ao ser preso em 2017 tentando recuperar uma arma e munição que havia escondido no aeroporto de Viena. Explosivos também foram encontrados na ocasião.

O caso de Franco A. atraiu atenção generalizada em toda a Alemanha depois que informações surgiram de que ele armazenou memorabilia nazistas em seu quartel, incluindo uma caixa de fuzil com uma suástica gravada. Ele foi acusado de planejar ataques a políticos do alto escalão e figuras públicas que acreditava serem "favoráveis a refugiados". Ele foi absolvido das acusações de terrorismo, mas condenado por violar a legislação sobre armas.

O MAD também está investigando grupos extremistas de direita online, como o Cruz do Norte. Sendo o menor serviço de inteligência do país, há preocupações de que o MAD não tenha recursos pessoais e financeiros para a amplitude da investigação. O Ministério da Defesa já sinalizou que pretende fortalecer o grupo.

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