UE pede mais esforços de Espanha e França no combate à crise
30 de maio de 2012A Comissão Europeia pediu nesta quarta-feira (30/05) mais esforços por parte dos 27 países-membros da União Europeia (UE) no combate à crise de endividamento e econômica. O órgão deu destaque à Espanha, à qual recomendou estender por mais um ano, até 2014, o prazo para atingir um deficit menor que os 3% permitidos.
"Temos que dobrar nosso esforços, tanto em nível europeu como em nível nacional", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. No caso da Espanha, a condição para um maior prazo de redução do deficit seria que o governo espanhol arcasse com os gastos das regiões e apresentasse um planejamento orçamentário com medidas de austeridade adicionais para os próximos dois anos.
Segundo o comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, a Espanha necessita de um tratamento especial por ser o único país para o qual foi prevista recessão econômica neste e no próximo ano. Para Rehn, o país deveria reduzir seu deficit para menos de 3% já em 2013, caso contrário estaria sujeito a novas sanções. Com um endividamento atual de 6,4%, a meta de 3% só seria alcançável com drásticos cortes adicionais.
A situação espanhola é agravada por seu fragilizado sistema bancário. Na última sexta-feira, o instituto Bankia pediu em Madri uma ajuda adicional de 19 bilhões de euros, o que aumenta ainda mais o endividamento espanhol. Se o país deveria, por isso, solicitar recursos do pacote de resgate do euro, Rehn deixou em aberto.
Até o momento, o governo espanhol continua sublinhando que quer resolver os problemas do país – altamente endividado e com elevada taxa de desemprego – sem ajuda europeia.
Contexto europeu
Além da Espanha, a Comissão Europeia avaliou a situação político-econômica de todos os países da UE e também deu tarefas de casa a outros países. Itália, Portugal, Irlanda e Holanda estão no caminho certo para a consolidação, segundo relatório do órgão da UE.
Do novo presidente francês, François Hollande, exige-se, porém, um "reforço da estratégia orçamentária". Segundo cálculos da Comissão, o deficit parisiense ficará em 4,5% em 2012, e, sem uma mudança de estratégia, em 4,2% em 2013. Caso a França volte a atingir um endividamento acima de 3%, corre o risco de ser submetida a novas sanções.
Já a Alemanha está em uma situação bem mais tranquila. Berlim continuou fazendo sua parte em relação à austeridade – com um endividamento previsto de 0,9% neste ano e 0,7% em 2013. As razões para tais números são a conjuntura econômica favorável no país e receitas fiscais elevadas.
Além da Alemanha, a Bulgária também recebeu boas notícias da Comissão Europeia, que recomendou que seja suspenso um processo por deficit orçamentário em andamento. Enquanto isso, a Hungria tem boas chances de receber a liberação de uma ajuda congelada no valor de 500 milhões de euros, já que a situação orçamentária do país melhorou.
LPF/dapd/afp
Revisão: Carlos Albuquerque