Trump vai a corte e diz ser alvo de "perseguição política"
4 de agosto de 2023O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (03/04) ser alvo de "perseguição política" e declarou-se inocente das acusações de tentar reverter o resultado da eleição presidencial de 2020 e de instigar um ataque de seus apoiadores à sede do Congresso americano, em janeiro de 2021.
O republicano é acusado de conspiração para defraudar os Estados Unidos, conspiração para obstruir um procedimento oficial, conspiração envolvendo o processo de certificação de voto no Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e por levar adiante essa obstrução, além de conspiração por violação de direitos civis, em relação às tentativas de reverter a seu favor os resultados eleitorais em diferentes estados do país nas eleições de 2020.
Pela primeira destas acusações, Trump pode ser condenado a uma pena máxima de cinco anos de prisão. Pela segunda e terceira, a pena pode ser de até vinte anos de prisão, e, pela quarta, até dez anos.
A juíza Moxila Upadhyaya liberou Trump sob determinadas condições, incluindo a de não ter contato com nenhuma das testemunhas do caso, a não ser por meio dos advogados ou na presença destes. "Se não cumprir quaisquer condições da sua libertação, um mandado de prisão pode ser emitido para a sua detenção", alertou a juíza, que marcou a próxima audiência para 28 de agosto.
Estas são as acusações mais graves contra o ex-presidente, que já foi indiciado no caso da suposta negligência em relação aos documentos confidenciais da Casa Branca e por supostamente falsificar documentos comerciais. num caso que envolveu a atriz pornô Stormy Daniels, com quem ele teve um caso em 2006.
"Perseguição política"
"Isto é uma perseguição a um adversário político. Isto nunca deveria ter acontecido nos EUA", disse Trump a jornalistas no aeroporto Ronald Reagan, na capital americana.
Ele se diz perseguido por liderar as pesquisas para as primárias pela indicação do Partido Republicano para concorrer à presidência em novembro de 2024.
Apesar dos processos que se acumulam, Trump se mantém à frente como o grande favorito pra concorrer pelo partido. Após a nova acusação na Justiça, ele ainda ampliou a distância para o segundo colocado, o governador da Florida, Ron DeSantis. Segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos, o ex-presidente tem 47% da preferência dos republicanos contra 13% de seu adversário mais próximo.
Trump disse que também está à frente do presidente Joe Biden na corrida pela Casa Branca, embora uma sondagem recente divulgada pelo jornal The New York Times coloque os dois pré-candidatos em pé de igualdade, cada um com 43% da preferência do eleitorado.
O republicano de 77 anos afirmou que seu comparecimento ao tribunal foi "um dia muito triste para a América", e disse também que ficou entristecido ao ver "a sujeira, a decadência e todos os prédios e paredes danificados, com pichações" na capital americana.
"Este não é o mesmo lugar de onde saí", criticou, antes de embarcar em seu avião particular, o Trump Force One, e partir para Nova Jersey, para o seu clube de golfe em Bedminster.
rc/bl (Reuters, Lusa)