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Trump diz que manterá parceria “firme” com sauditas

20 de novembro de 2018

Presidente dos EUA também questionou conclusão de relatório da CIA que apontou príncipe saudita como mandante do assassinato de jornalista em consulado na Turquia.

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USA Washington Saudischer Kronprinz Mohammed bin Salman bei Donald Trump
O príncipe Mohammed bin Salman e o presidente Donald Trump durante encontro na Casa Branca, no início do anoFoto: picture-alliance/dpa/SPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou nesta terça-feira (20/11) o possível envolvimento do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em outubro, na Turquia, e disse que este fator não afetará a "firme" aliança entre os governos dos dois países.

"Pode ser que o príncipe herdeiro tivesse conhecimento deste trágico acontecimento. Talvez sim, e talvez não! Pode ser que nunca saibamos todos os fatos em torno do assassinato do senhor Jamal Khashoggi", disse Trump em comunicado.

O presidente americano planejava receber hoje um relatório da CIA sobre o assassinato de Khashoggi que, segundo alguns dos principais veículos de imprensa do país, continha a conclusão da agência de inteligência de que Bin Salman tinha ordenado o assassinato de Khashoggi, um crítico das autoridades do reino.

No comunicado, Trump minimizou esta conclusão e chegou a questioná-la, ao dizer que "talvez não" tenha havido envolvimento do príncipe herdeiro, e deixou claro que não planeja tomar mais medidas punitivas contra a Arábia Saudita em relação ao caso.

"Os Estados Unidos pretendem continuar sendo um firme aliado da Arábia Saudita para garantir os interesses do nosso país, de Israel e de todos os outros aliados na região", ressaltou Trump.

"Entendo que há membros do Congresso que, por razões políticas ou de outro tipo, gostariam de ir em uma direção diferente, e são livres para fazê-lo. Considerarei todas as ideias que me apresentarem, mas só se forem coerentes com a segurança absoluta dos Estados Unidos", acrescentou.

Khashoggi, como reconheceu Riad, foi morto por um grupo de agentes que viajaram da Arábia Saudita para a Turquia – alguns deles ligados ao príncipe herdeiro. O assassinato aconteceu no consulado saudita em Istambul, aonde ele foi, em 2 de outubro, para pedir documentos necessários para que pudesse se casar com a noiva, uma cidadã turca.

O comunicado, aparentemente ditado por Trump e cheio de sinais de exclamação, começa com uma menção a seu lema "Estados Unidos em primeiro", seguido de uma advertência de que "o mundo é um lugar muito perigoso" e de um trecho sobre as atividades "sangrentas" do Irã no Oriente Médio.

O presidente disse que a Arábia Saudita é "o segundo maior produtor de petróleo do mundo" e que respondeu "muito bem" a seus pedidos "para manter os preços do petróleo em níveis razoáveis".

Trump também reiterou que seria "ingênuo" cancelar os multimilionários acordos de venda de armas à Arábia Saudita sacramentados em seu governo, porque "a Rússia e a China se beneficiariam e ficariam felizes de adquirir tudo isso".

JPS/efe

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