Tiroteio na Champs-Élysées deixa um policial morto
20 de abril de 2017Um policial foi morto e três pessoas ficaram feridas quando um homem armado abriu fogo contra uma viatura da polícia na noite desta quinta-feira (20/04), na Avenida Champs-Élysées, a mais famosa de Paris.
O atirador desceu de um carro e disparou, com arma automática, contra policiais que estavam em frente uma loja próxima ao Arco do Triunfo. Dois policiais e uma turista estrangeira ficaram feridos. Um agente de segurança morreu. Segundo o porta-voz do Ministério francês do Interior, Pierre-Henri Brandet, os policiais foram escolhidos como alvo deliberadamente.
Brandet confirmou que o atirador foi morto quando tentava fugir. Após o tiroteio, a avenida foi fechada pela polícia, e imagens de TV mostravam dezenas de viaturas e ambulâncias no local.
A promotoria francesa investiga o incidente como atentado terrorista. O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) reivindicou a autoria do tiroteio num comunicado divulgado pela agência de notícias jihadista Amaq. "O autor do ataque na Champs-Élysées no centro de Paris é o belga Abu Yussef. Ele é um dos combatentes do Estado Islâmico", disse.
Já o ministro do Interior da Bélgica, Jan Jambon, disse que o atirador foi identificado com um francês. "Por enquanto não temos nenhuma informação sobre um vínculo belga", acrescentou o ministro da Justiça da Bélgica, Koen Geens.
A emissora de televisão CNN disse que o suspeito teria atirado contra policiais em 2001, depois de ter sido parado por uma viatura. Ele foi condenado por esse crime e ainda teria passagens pela polícia por envolvimento em roubos violentos. A polícia francesa deteve três familiares do atirador.
Um segundo suspeito apontado por autoridades belgas por possível envolvimento no atentado se entregou à polícia na cidade de Antuérpia, informou nesta sexta-feira (21/04) a agência de notícias "Belga".
A três dias das eleições
Antes da declaração do EI, o presidente francês, François Hollande, afirmou estar convencido de que a circunstância do tiroteio aponta para um ato terrorista. Ele prometeu vigilância absoluta nos próximos dois dias que antecedem o primeiro turno das eleições presidenciais.
"Os meus pensamentos vão para a família do polícia morto e os entes próximos dos feridos", disse Hollande, manifestando solidariedade para com as forças de segurança do país.
A França está em estado de emergência e no máximo nível de alerta desde o início de uma série de ataques que, desde 2015, deixaram mais de 230 mortos no país. Milhares de militares e policiais podem ser com frequência vistos em pontos turísticos, prédios governamentais e centros religiosos.
O incidente na Champs-Élysées acontece três dias antes do primeiro turno das eleições presidenciais. Apesar de pesquisas mostrarem os eleitores mais preocupados com desemprego e a situação econômica do país do que com terrorismo e segurança, analistas alertam que isso poderia mudar em caso de um novo atentado.
Após o tiroteio em Paris, os candidatos à presidência François Fillon e Marine Le Pen cancelaram os eventos eleitorais programados para o último dia de campanha nesta sexta-feira.
CN/ap/afp/rtr/lusa