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Terrorismo

Suspeito de ataque no Louvre se recusa a falar

5 de fevereiro de 2017

Autoridades francesas interrogam pela primeira vez suspeito de ter avançado contra militares em Paris, mas ele se nega a responder. Pai de suposto agressor diz que filho não é terrorista e acusa França de inventar fatos.

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Frankreich Paris Polizei vor Louvre Museum
Foto: picture-alliance/AP Photo/K. Zihnioglu)

Investigadores franceses interrogaram pela primeira vez, neste domingo (05/02), o homem suspeito de ter avançado contra militares em frente ao Museu do Louvre, em Paris, na sexta-feira passada. Segundo disseram fontes judiciais à imprensa local, ele se negou a responder às perguntas.

"O primeiro interrogatório foi feito nesta manhã, mas foi rápido. Por enquanto, ele se recusa a falar com os investigadores", afirmou uma fonte da promotoria francesa, citada por agências de notícias.

A tentativa de conversar com o suspeito ocorreu no hospital Georges Pompidou, na capital francesa, e foi autorizada pelos médicos, disseram as fontes. Ele está hospitalizado desde o ataque na sexta-feira, quando foi atingido por quatro disparos de um dos soldados que faziam a vigilância do museu.

As autoridades francesas ainda não confirmaram formalmente a identidade do agressor, mas acreditam que se trata de um egípcio de 29 anos com permissão de residência nos Emirados Árabes Unidos. Ele teria entrado legalmente em Paris em janeiro, num voo que partiu de Dubai.

A França tem sido mais cautelosa que o Egito, cujas autoridades identificaram o suspeito como sendo Abdullah Reda Refaie al-Hamahmy, de 28 anos. O pai dele, em entrevista a agências de notícias no sábado, afirmou que o filho, caçula de quatro irmãos, é um pai de família e leva uma vida normal.

Segundo o pai, Abdullah é formado em direito, trabalhava há cerca de cinco anos numa empresa nos Emirados Árabes Unidos e estava em Paris a negócios. Ele chamou de "absurda" a ideia de seu filho ser um terrorista e acusou a França de estar criando alegações contra ele para justificar os tiros.

Questionado se Abdullah alguma vez demonstrou qualquer tendência militante islâmica, o policial aposentado respondeu: "Se sim, eu o teria expulsado de casa". "Ele é um homem muito respeitável, que nunca teve problema com ninguém. Ele nunca teve qualquer tipo de opinião política", completou.

O ataque

O incidente ocorreu na manhã de sexta-feira. Portando dois facões de 40 centímetros, o homem gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) e avançou contra um grupo de quatro militares na entrada do centro comercial Carrousel du Louvre, que fica anexo ao famoso museu parisiense.

Ele chegou a ferir levemente um dos soldados, mas logo foi neutralizado. O Museu do Louvre, o mais visitado do mundo, ficou fechado após o ataque, sendo reaberto apenas no sábado.

O presidente francês, François Hollande, declarou haver "poucas dúvidas" sobre a "natureza terrorista" do ataque. A promotoria de Paris abriu uma investigação por "tentativa grave de homicídio relacionada com terrorismo e associação terrorista criminal". As autoridades ainda tentam determinar se o agressor planejou o ataque, se agiu sozinho ou se recebeu instruções para agir.

EK/afp/ap/efe/lusa/rtr