Condenados
4 de março de 2010Os quatro réus entre 24 e 31 anos acusados de planejar atentados na Alemanha foram condenados nesta quinta-feira (4/03) pelo Tribunal Superior Regional de Düsseldorf a penas de até 12 anos de prisão.
A sentença máxima foi dada aos alemães convertidos ao islamismo Daniel S. e Fritz G. Adem Y. deve ficar 11 anos na prisão. Eles foram condenados por pertencerem a uma organização terrorista e terem planejado homicídio múltiplo. Daniel S. responde ainda a tentativa de assassinato, pois feriu um policial durante sua prisão.
O turco-alemão Attila S. foi condenado a cinco anos por apoiar uma organização terrorista. Os quatro membros do Grupo de Sauerland, nome que se refere à região onde foram presos, planejaram atentados com carros-bomba contra três discotecas frequentadas por soldados norte-americanos e contra um aeroporto na Alemanha.
O objetivo era causar o maior número possível de mortes, "pelo menos entre 100 e 150" em cada atentado, afirmou um dos réus durante o processo.
Poder explosivo de 550 quilos de TNT
Foi durante um treinamento no Paquistão que o grupo recebeu a missão da cúpula da União da Jihad Islâmica, organização provinda do Uzbequistão, país alvo das atividades terroristas do grupo.
Após vários meses sob observação, o grupo foi detido em 4 de setembro de 2007 por policiais da unidade de elite GSG 9, em posse de 735 quilos de peróxido de hidrogênio. A substância foi usada nos atentados de Madri em março de 2004. A quantidade apreendida seria suficiente para produzir explosivos equivalentes a 550 quilos de TNT. Attila S. seria preso dois meses mais tarde, na Turquia.
Durante o julgamento, que durou dez meses, os réus surpreenderam com amplas confissões e prestação de informações detalhadas sobre as estruturas da União da Jihad Islâmica. Também deram detalhes sobre os treinamentos paramilitares no Vaziristão onde, em 2006, aprenderam a fabricar e detonar explosivos.
Com exceção de Adem Y, todos os demais demonstraram arrependimento diante do tribunal e disseram ter se distanciado do terrorismo.
Segundo o promotor-chefe, Volker Brinkmann, o ódio e a obstinação religiosa dos réus teriam sido incontroláveis. "As confissões foram impressionantes, algo que representa uma absoluta exceção", disse Brinkmann.
RW/dpa/ap
Revisão: Nádia Pontes