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Confissão ampla

10 de agosto de 2009

Cidadão alemão confessa ter liderado operação terrorista na Alemanha. Alvos dos atentados em plano eram soldados dos Estados Unidos e edifícios da diplomacia norte-americana.

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A acusado Fritz G. entre dois advogados no tribunalFoto: AP

O suposto líder da organização terrorista conhecida como Grupo de Sauerland foi o primeiro a quebrar o silêncio e fazer uma ampla confissão nesta segunda-feira (10/08), durante julgamento no Tribunal Superior Regional de Düsseldorf, na Alemanha.

Em depoimento, o alemão Fritz G. afirmou ter jurado fidelidade às lideranças da União da Jihad Islâmica (UJI) no Paquistão e ter sido escolhido líder da operação na Alemanha. Ele e mais três pessoas estão sendo julgadas pelo planejamento de atentados terroristas em território alemão.

Fritz G. disse que, durante seu treinamento na fronteira do Paquistão com o Afeganistão, em 2006, lideranças da UJI tinham a intenção de ordenar atentados na Europa. A Alemanha foi escolhida por ser o país que Fritz G. e seus companheiros conheciam bem. O grupo foi descoberto e detido em setembro de 2007 na região de Sauerland, com cerca de 730 litros de explosivos.

Estados Unidos como alvo

O principal alvo dos planejados ataques eram soldados dos Estados Unidos, afirmou Fritz G. Em seguida viria um alvo americano com importância politica, como um consulado. A terceira prioridade seria "um último alerta à população alemã", a fim de pressionar a retirada das tropas alemãs do Afeganistão e do Uzbequistão.

Inicialmente ele pretendia servir à causa muçulmana extremista no Iraque, relatou o alemão convertido ao Islã. Durante os três meses de treinamento na região fronteiriça de Waziristan, porém, foi incumbido de executar atentados na Europa.

"Mesmo na Al Qaeda não havia naquela época um europeu que tivesse a possibilidade de executar ataques na Europa. Nós nos colocamos à disposição, porque não havia mais ninguém", disse. Os líderes o convenceram de que um ataque contra os Estados Unidos na Europa seria mais fácil e produziria mais efeito do que ataques às tropas americanas no Afeganistão.

Depoimento confiável

O acusado afirmou ter percebido que estava sendo vigiado por agentes do Departamento Federal de Proteção à Constituição logo após ter retornado à Alemanha. "A vigilância era tão evidente que não havia como não perceber", afirmou.

O tribunal classificou de verossímeis as 1.200 páginas da confissão feita pelos acusados, há algumas semanas, a investigadores do Departamento Federal de Investigações (BKA). "Tenho impressão de que todas as cartas foram postas na mesa", comentou o juiz presidente Ottmar Breidling.

Três dos quatro acusados foram detidos em setembro de 2007 numa residência de férias na localidade de Oberschledorn, na região de Sauerland, por policiais da unidade de elite GSG 9. Eles são acusados de terem se organizado para fabricar bombas e planejar ataques terroristas.

AS/dpa/rtr

Revisão: Simone Lopes

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