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Crise da Telekom

10 de maio de 2007

Maior empresa de telecomunicações da Europa perdeu meio milhão de clientes e teve queda de faturamento no primeiro trimestre. Funcionários da empresa decidem entrar em greve contra terceirização.

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Funcionários da companhia protestam em Bonn contra cortes de empregosFoto: AP

A companhia alemã de telecomunicações Telekom enfrenta sua pior crise desde a privatização em há 12 anos. No primeiro trimestre de 2007, a empresa perdeu 588 mil clientes na área de telefonia e registrou uma queda de 42,2% de seu lucro líquido, que foi de 459 milhões de euros.

Além disso, numa pesquisa junto às bases realizada pelo Sindicato do Setor de Serviços (Verdi), 96,5% dos funcionários consultados decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira (10/05), em protesto contra o plano da Telekom de terceirizar parcialmente seus centros de atendimento aos clientes.

A empresa pretende transferir 50 mil funcionários dos setores de serviços e de telefonia fixa para uma subsidiária, na qual eles teriam uma jornada semanal de 38 horas em vez e 34 horas e sofreriam cortes nos salariais.

Ex-estatal em apuros

A concorrência no mercado alemão coloca a ex-estatal cada vez mais em apuros. No primeiro trimestre deste ano, o lucro operacional da Telekom caiu nas áreas de telefonia fixa e móvel, na internet de banda larga e no setor de clientes empresariais. Além disso, continuou perdendo clientes na telefonia convencional.

Apesar disso, o presidente da empresa, René Obermann, espera um leve aumento do faturamento no ano para um total de 19 bilhões de euros. Para alcançar esta meta, Obermann pressiona o sindicato Verdi a não deflagrar a greve.

Pressão sobre o sindicato

"Os números financeiros apontam na direção certa para atingirmos nossa meta anual. Mas vemos também que continuamos sob forte pressão da concorrência na Alemanha", afirmou o executivo.

Obermann planeja uma redução anual de até 4,7 milhões de euros no custos da Telekom até 2010, o que inclui também a terceirização de 50 mil funcionários para uma nova subsidiária do grupo.

Ele ameaçou que, caso o sindicato não volte à mesa de negociações, poderá ocorrer "uma terceirização de verdade", com a transferência dos funcionários a uma empresa fora do grupo Telekom. (gh)