Social-democratas da Alemanha temem colapso do partido
12 de março de 2016A onda migratória segue como tema crucial da política alemã, ao ponto de observadores compararem as eleições estaduais deste domingo (13/03), em Baden-Württemberg, Saxônia-Anhalt e Renânia-Palatinado, a uma consulta popular sobre o desempenho de Angela Merkel na crise dos refugiados.
Mas o que vale para a chanceler federal e líder da União Democrata Cristã (CDU) vale também para o parceiro de coalizão em Berlim, o Partido Social Democrata (SPD). E, a crer nas pesquisas de intenção de voto, a legenda deverá amargar grandes perdas no pleito deste domingo.
Em Baden-Württemberg e Saxônia-Anhalt, de cujo governo o partido atualmente participa como parceiro minoritário, os principais institutos alemães de estatística calculam cerca de 15% dos votos: uma queda significativa em relação aos 23,1% e 21,4% alcançados pelos social-democratas nos dois estados, respectivamente, nas eleições de 2011.
Ainda assim, é possível que o SPD consiga se manter no poder. Conforme o resultado das urnas, são cogitáveis coalizões bi- ou tripartidárias com legendas das mais diversas orientações políticas. Antes, porém, cabe aos estrategistas dos social-democratas uma decisão básica: continuar governando enfraquecidos em Baden-Württemberg e Saxônia-Anhalt ou unir novas forças com a oposição.
Esperança renana
Numa virada surpreendente, a Renânia-Palatinado resta como maior esperança para a castigada social-democracia alemã no pleito de domingo: os institutos de pesquisa de opinião previam uma derrota amarga para a governadora Malu Dreyer (SPD). Nas pesquisas, sua adversária, a democrata-cristã Julia Klöckner – já encarada como potencial sucessora de Merkel na Chancelaria Federal – há meses apresentava amplo apoio.
Contudo, à medida em que se aproximava a data das eleições, a distância foi diminuindo, e na sexta-feira o SPD estava até mesmo à frente da CDU. Deste modo, não são nada remotas as chances de Dreyer continuar governando a Renânia-Palatinado.
Ainda assim, segue grande dentro do Partido Social Democrata o medo de um colapso total. Caso isso ocorra, a consequência será uma discussão aberta sobre o futuro da organização. Tal debate seria especialmente desconfortável para Sigmar Gabriel, presidente do SPD desde 2009, além de vice-chanceler federal. Até porque, a esse ponto, estará aniquilada qualquer chance de ele concorrer como candidato social-democrata nas eleições federais de 2017.