Social-democratas alemães aprovam acordo de coalizão
4 de dezembro de 2021O Partido Social-Democrata (SPD) da Alemanha aprovou neste sábado (04/12) um acordo de coalizão com os partidos Verde e Liberal Democrático (FDP) que deve permitir que a aliança tripartite assuma o governo na próxima semana, colocando fim à era Merkel.
O pacto foi aprovado por unanimidade, recebendo o apoio de 598 delegados social-democratas, o que corresponde a 98,8%.
O acordo de coalizão foi alcançado por líderes dos partidos na semana passada, após dois meses de negociações que se seguiram às eleições parlamentares alemãs, e precisa da aprovação das três legendas. O FDP deve anunciar sua decisão neste domingo, e o Partido Verde, na segunda.
Se além do SPD, verdes e liberais também derem aval, o acordo deve ser assinado na terça, e, na quarta-feira, o social-democrata Olaf Scholz deve ser eleito pelo Bundestag (Parlamento) como chanceler federal e ver seu gabinete tomar posse.
"Coalizão semáforo"
A nova coalizão deve marcar a volta de um governo liderado pelo Partido Social-Democrata, de centro-esquerda, após mais de uma década e meia e 16 anos de governo conservador sob Merkel.
O SPD de Scholz foi o mais votado no pleito de setembro, mas ainda assim não obteve a maioria necessária para governar, por isso procurou formar uma aliança com verdes e liberais, que ficaram em terceiro e quarto lugar na eleição, respectivamente.
Se se concretizar, esta será a primeira aliança tripartidária a governar a Alemanha desde os anos 1950. Também será a primeira vez que uma "coalizão semáforo" – em alusão às cores dos partidos social-democrata (vermelho), liberal (amarelo) e verde – governará em nível federal na Alemanha.
Ideologicamente, verdes e social-democratas têm mais pontos em comum, especialmente na área social, já os liberais alemães têm uma visão mais pró-mercado.
Os planos da nova coalizão
O acordo de coalizão alcançado pelas lideranças das legendas, de 177 páginas, prevê mudanças significativas na política ambiental da Alemanha, com investimentos maciços em energias renováveis.
O plano também inclui a legalização da maconha e um aumento do salário mínimo e aborda problemas persistentes do país, como o envelhecimento da população alemã e a escassez de habitações.
Em discurso antes da votação do acordo pelo SPD neste sábado, Scholz, que é vice-chanceler federal e ministro das Finanças no governo Merkel, afirmou que a pandemia de covid-19 é a tarefa prioritária mais importante com que o novo governo terá que lidar, afirmando ser necessário combatê-la com todas as forças.
Nesta semana, Scholz se pronunciou a favor de uma vacinação obrigatória geral e culpou os não vacinados pelo agravamento da crise sanitária na Alemanha. Com a taxa de vacinação praticamente estagnada em 68,8%, o país é assolado pela quarta onda de covid-19, com infecções em alta e alertas para sobrecarga do sistema de saúde.
lf (Reuters, ARD, AP, DPA)