Seleções se escondem da torcida
22 de junho de 2005Um jogo de esconde-esconde envolve a maioria seleções que disputam a Copa das Confederações na Alemanha. Os torcedores, muitas vezes, reúnem-se em vão diante das concentrações ou dos hotéis onde se encontram os craques dos elencos nacionais.
O Brasil e o Japão têm sido exceções. O técnico Zico, que inicialmente tentou evitar a imprensa, se soltou durante o torneio e deixou frenéticas torcedoras se aproximar dos craques da terra do sol nascente.
A Alemanha, por sua vez, aderiu à linha dura baixada pela Fifa e treina a portas fechadas, vigiadas por seguranças e policiais. Até agora, o único treino aberto ao público ocorreu nesta quarta-feira (22/06). Pelo menos nas horas livres, os jogadores da seleção anfitriã podem se locomover à vontade e conceder autógrafos ou posar para fotos com torcedores.
Já o Brasil tem alegrado a torcida quase que diariamente em Leverkusen, com treinos abertos ao público. O primeiro exercício da equipe em solo alemão foi assistido por 12 mil torcedores. "Gostaríamos de agradecer de coração por essa bela atmosfera", disse o capitão Roque Júnior, no BayArena, onde joga pelo Bayer Leverkusen na Bundesliga.
O batuque de samba tem acompanhado a seleção brasileira pela Alemanha. E os craques retribuem a boa recepção com autógrafos. Em Leipzig, Ronaldinho despediu-se numa cena emocionante de uma cozinheira surdo-muda de 18 anos.
Os argentinos, porém, têm procurado o isolamento completo. Em Nurembergue, por exemplo, saíam pela porta dos fundos do hotel para ir aos treinos, obviamente secretos. Enquanto isso, os australianos chegaram a realizar treinos abertos no mesmo campo, sem qualquer proteção visual ao redor.
Enquanto o México e a Tunísia (antes de ser eliminada) também tentavam se esconder, o técnico Otto Rehhagel, da Grécia, permitiu que os gregos na Alemanha tivessem acesso a pelo menos dois treinos dos campeões europeus de 2004. Mas não vieram muitos: em Leipzig, o treino da Grécia foi assistido por 500 torcedores; em Frankfurt, compareceram apenas 30.
Que os craques se escondam nos treinos ou fora de campo, seja por preocupação com a segurança (a neura dos organizadores não conhece limites) ou só para dar uma de importantes, já irrita os fãs mais fanáticos. Pior ainda é quando eles andam sumidos no jogo.