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Schröder propõe estratégia antiterror

ef21 de novembro de 2003

Chocado com os atentados em Istambul, chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, sugeriu, nos Estados Unidos, uma estratégia comum da União Européia e de Washington contra o terrorismo internacional.

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Gerhard Schröder (dir) com judeus em Nova YorkFoto: AP

Por causa dos ataques com carros-bombas contra o consulado da Grã-Bretanha e o banco HSBC em Istambul, com saldo de 27 mortos e mais de 400 feridos, o chefe de governo alemão deixou para segundo plano o programa de sua visita de dois dias aos EUA. Ele viajou com o propósito principal de atrair investimentos americanos para a Alemanha. Mas logo ao chegar ao Hotel Waldorf-Astoria, em Nova York, Schröder disse que o banho de sangue no Bósforo justifica, da maneira mais cruel, a necessidade que o governo alemão vê de uma estratégia euro-americana contra o terrorismo.

No mesmo hotel, Schröder teve, há dois meses, o seu encontro de reconciliação com o presidente George W. Bush, depois da crise gerada pela rejeição alemã à guerra contra o Iraque.

Necessidade recíproca

- O político social-democrata deixou claro que o terrorismo islâmico é o principal desafio da política de segurança dos europeus, uma vez que Istambul "não fica tão longe da Europa". O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, que deixou os EUA na véspera da chegada de Schröder, também propagou a mensagem de que Europa e América precisam um do outro na luta antiterror. "E os dois lados só podem ter sucesso se desenvolverem uma estratégia conjunta e acatá-la, de forma bem planejada, a longo prazo", disse Fischer.

O chanceler federal e o seu ministro não apresentaram, todavia, uma oferta concreta para a luta antiterror. Mas Fischer levou a idéia de um debate estratégico com os americanos. Schröder manteve, ao mesmo tempo, a determinação de não mandar soldados ao Iraque.

Ele viajou para Nova York na quinta-feira, a fim de mostrar ao empresariado americano as vantagens de se investir na Alemanha, dialogar com organizações judaicas e outorgar o prêmio Global Leadership. Mas tudo isso ficou em segundo plano depois que carros-bombas explodiram contra os prédios do consulado e do banco HSBC da Grã-Bretanha na metrópole turca.

Ligações com a Al Qaeda

- Ao desembarcar na cidade onde aconteceram os piores atentados da história dos EUA, em 11 de setembro de 2001, Schröder disse que "os ataques criminosos perpetrados em Istambul mostram que a luta contra o terrorismo não está ganha e deve prosseguir de maneira conseqüente, pois tudo indica que há ligações com a Al Qaeda". Não existem provas, segundo disse, "mas fortes indícios" de que se trata de atos da organização de Osama Bin Laden.

Schröder deixou igualmente de lado o discurso que tinha preparado para a entrega de um prêmio no Instituto de Estudos da Alemanha Moderna e falou primeiro dos banhos de sangue em Istambul. Em vez de esclarecer as metas do seu pacote de reformas econômico-sociais, conforme planejado, ele evocou a cooperação teuto-americana, "uma comunidade de valores na luta contra o terror."

Perspectiva para Turquia na UE

- Em Berlim, os atentados desencadearam uma nova discussão sobre um ingresso da Turquia na União Européia. Para políticos dos partidos governistas social-democrata (SPD) e Verde, os atos de terror mostram a necessidade de a UE dar perspectivas de um possível ingresso do Estado laico turco. Políticos da oposição democrata-cristã, por outro lado, avaliaram o ataque terrorista como argumento contrário a uma aceleração do processo para adesão da Turquia.

Para o ministro do Interior, Otto Schily, "a única resposta só pode ser uma cooperação mais estreita com a Turquia". O vice-líder da União Democrata Cristã (CDU), Wolfgang Bosbach, acha, porém, que a União Européia importaria o problema do terrorismo com uma adesão rápida da Turquia.