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Revés eleitoral para May

9 de junho de 2017

Convocadas justamente para elevar apoio parlamentar à premiê, eleições antecipadas têm efeito inverso: conservadores perdem espaço, pondo em dúvida estabilidade do atual governo e adicionando incerteza ao Brexit.

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Großbritannien Wahlen 2017 – Wahlausgang - Enttäuschung May
Foto: Reuters/T. Melville

Foi de fato um revés. Apesar de ter ficado à frente nas eleições gerais desta quinta-feira (08/06), o Partido Conservador, da primeira-ministra britânica, Theresa May, perdeu a maioria absoluta no Parlamento. O resultado gera incerteza sobre a estabilidade de seu governo, a menos de duas semanas do início das negociações do Brexit.

May convocou eleições antecipadas em 18 de abril para elevar a maioria conservadora no Parlamento e facilitar o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o Brexit. Na época, os conservadores tinham largos 20 pontos de vantagem sobre os trabalhistas, mas perderam votos ao longo da campanha. O principal objetivo de May caiu por terra.

Os conservadores não conseguiram alcançar os 326 assentos necessários para formar uma maioria na Câmara dos Comuns. O partido de May ficou com 315, contra 261 do Partido Trabalhista. Na contagem final, os conservadores perderam 12 cadeiras, e a legenda de Jeremy Corbyn, principal rival de May nas eleições, ganhou 29 em relação à última eleição, de 2015. 

Na distribuição final, o Partido Nacionalista Escocês (SNP) alcançou 35 cadeiras, os liberais democratas, 12, e o Partido Unionista Democrático, da Irlanda do Norte, ficou com dez assentos.

É com o partido norte-irlandês que May e os conservadores se uniram, após intensas negociações durante a madrugada, para formar governo. Mas as legendas guardam diferenças, inclusive em relação ao Brexit. Isso pode influenciar as negociações.

Negociações

O novo cenário lança ainda mais incerteza às negociações com a UE. O impasse político deve atrasar ainda mais o processo. May descarta renunciar. A corrida para formar coalizões começou na Câmara dos Comuns. 

O líder trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou que está "pronto para servir" o país e negociar acordos e pactos com outros partidos no Parlamento. Ele insistiu que May renuncie ao cargo. "A política não vai voltar para a caixa em que estava antes", afirmou.

O negociador europeu sobre o Brexit, o francês Michel Barnier, disse que as negociações vão continuar. "As negociações do Brexit deveriam começar quando o Reino Unido estiver preparado", afirmou. "O cronograma e as posições da UE são claras. Vamos juntar esforços para obter um bom resultado."

Já o negociador do Brexit na UE, Guy Verhofstadt, disse que o resultado deixa "as complexas negociações ainda mais complicadas".

As eleições aconteceram em meio a fortes medidas de segurança após os recentes atentados no país. No último sábado, oito pessoas morreram e 48 ficaram feridas num ataque em Londres. Há duas semanas, a explosão de um homem-bomba deixou 22 mortos durante o show da cantora Ariana Grande, em Manchester.

KG/dpa/rtr/efe/afp