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ConflitosOriente Médio

Retomadas negociações para cessar-fogo Israel-Hamas

3 de março de 2024

Meta das conversas no Egito, incluindo representantes de Catar e EUA, seria uma trégua antes do feriado muçulmano Ramadã. Segundo fonte americana, Tel Aviv já teria aceitado a proposta, e "a bola está no campo do Hamas".

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Homens sobre destroços de edifício em Rafah, Faixa de Gaza
Destruição em Rafah, na Faixa de GazaFoto: Hatem Ali/AP Photo/picture alliance

Delegações internacionais chegaram neste domingo (03/03) à capital egípcia, Cairo, para retomar as negociações entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, que controla parte da Faixa de Gaza. A meta é uma trégua de seis semanas.

Fontes palestinas confirmaram a chegada de representantes do Catar e dos Estados Unidos, bem como de uma equipe de negociação do Hamas, que no entanto seria chefiada pelo número dois da organização, Jalil al Hayya, e não pelo líder do gabinete político do grupo, Ismail Haniyeh.

Até o momento não foi possível confirmar a presença de uma delegação israelense, apesar de fontes egípcias de alto escalão, citadas pela emissora de televisão Al Qahera News, terem garantido que a nova rodada de conversas no Cairo teria a participação de "todas as partes".

"As reuniões do Cairo visam encontrar uma fórmula aceitável para Hamas e Israel alcançarem um cessar-fogo em meio à crescente pressão para fazê-lo antes do início do Ramadã", informaram as fontes palestinas. O mês de jejum muçulmano se inicia entre 10 e 11 de março.

A Al Qahera News, associada aos serviços de inteligência egípcios, relatou a realização de "progressos notáveis" nas conversas do fim de fevereiro em Doha.

Menino e menina olham para fora de janela de prédio desolado, com carro destruído em primeiro plano.
Mais de 30 mil palestinos e 1.200 israelenses já foram mortos desde 07/10/2023Foto: Ibraheem Abu Mustafa/REUTERS

"A bola está no campo do Hamas"

Neste sábado, sob condição de anonimato, um alto funcionário do governo dos EUA declarou a repórteres que Israel havia "mais ou menos aceito" uma proposta para um cessar-fogo de seis semanas em sua guerra contra o Hamas.

Ainda segundo a fonte americana, a trégua se iniciaria imediatamente, se o Hamas concordasse em libertar "certas categorias de reféns vulneráveis": doentes, feridos, idosos e mulheres. "No momento, a bola está no campo do Hamas", arrematou.

O Hamas insiste para que uma trégua temporária seja acompanhada de um acordo para a cessação das hostilidades numa segunda fase, o que esbarra em oposição frontal de Israel, determinado a continuar sua ofensiva terrestre na cidade de Rafah, no extremo sul da Gaza, na fronteira com o Egito, onde se acumulam mais de 1,4 milhão de deslocados.

Guerra em Gaza pode envolver outros países?

Também no sábado os EUA iniciaram o lançamento aéreo de alimentos e pacotes médicos na Faixa de Gaza. As condições humanitárias na região sob ataque são deploráveis: segundo o Ministério da Saúde do território palestino, mais de dez crianças morreram de desnutrição nos últimos dias.

O atual conflito entre Israel e o Hamas – iniciado em 7 de outubro de 2023, com uma série de ataques mortais em território de Israel – já matou mais de 30 mil palestinos e 1.200 israelenses. Durante a única trégua desde então, de uma semana, no fim de novembro, foram libertados 105 reféns israelenses em troca de 240 prisioneiros palestinos.

av (AFP,AP,EFE)